Resumo: | Introdução: Embora a radiodermatite seja um efeito adverso muito comum em
pacientes com câncer submetidos a radioterapia, pacientes com plano de tratamento
semelhante podem mostrar respostas diferentes nos tecidos quanto à gravidade da
radiodermatite devido a exposição à radioterapia. A hipótese para essa diferença é que a
radiossensibilidade pode ser determinada pela variação genética individual. Objetivo:
Identificar potenciais marcadores genéticos na predição da radiodermatite em pacientes
com câncer de cabeça e pescoço submetidos à radioterapia, bem como avaliar a
correlação entre esses marcadores genéticos e a gravidade da radiodermatite. Material e
métodos: Esta revisão sistemática foi realizada de acordo com os critérios do PRISMA
e registrada no PROSPERO. Os estudos foram identificados a partir da pesquisa nas
bases de dados CINAHL, Cochrane Library, LILACS, PubMed, Scopus, Web of
Science e LIVIVO. A busca na literatura cinzenta foi realizada no ProQuest
Dissertations & Theses Global e Google Scholar. O risco de viés dos estudos
individuais foi realizado usando a Lista de Verificação de Avaliação Crítica para
Estudos Analíticos Transversais do Instituto Joana Briggs. Resultados: Nove estudos
foram encontrados seguindo os critérios de elegibilidade. Os estudos incluídos foram
publicados entre 2009 e 2017, em inglês. A amostra foi de 1.064 pacientes com câncer
de cabeça e pescoço submetidos à radioterapia. Foram identificados 23 marcadores
genéticos: APC, ATM, CAT, CTNNB1, ERCC1, ERCC2, ERCC5, GSK3 β, GSTP1,
LIG4, MDM2, NBN, OGG1, RAD51, SOD2, TGF β1, TP53, WNT2, XRCC1, XRCC3,
XRCC4, XRCC5 e XRCC6. Apenas um estudo concluiu que existe uma associação
entre o Polimorfismo de Nucleotídeo Ùnico (SNP) no MDM2 (rs2279744) e o risco de
desenvolver radiodermatite, e um estudo demonstrou a correlação entre o SNP no
GSK3β (rs3755557) e o risco de desenvolvimento de radiodermatite grau ≥ 3 em
pacientes com câncer. Todos os estudos apresentaram baixo risco de viés. Conclusão:
A avaliação de marcadores genéticos antes da radioterapia não teve associação
significativa com radiodermatite em pacientes com câncer de cabeça e pescoço. Existe
grande heterogeneidade entre os estudos que buscam encontrar marcadores genéticos
para esse fim. Estudos com marcadores genéticos que demonstrem uma primeira
possibilidade de associação com radiodermatite devem ser conduzidos com alto rigor
metodológico e buscando reduzir fatores de confusão. |