Em busca de uma transdemocracia : as coletividades gênero-diversas como potências disruptivas do direito e constituintes de mundos porvir

Abstract

Esta pesquisa busca compreender como as corporeidades trans se constituem diante do poder disciplinar do Direito e como suas narrativas coletivas, múltiplas e marginais, sugerem caminhos de ruptura com esse campo do poder-saber e para a sociedade, como um todo. Busca-se um mundo jurídico aberto às criatividades discursivas de corpos dissidentes no gênero; que se movimente em direção a um rompimento com a produção de verdades fechadas e pré-estabelecidas. Para isso, uso de duas metodologias principais, a Baixa Teoria e a Autoetnografia, para traçar um deslocamento com as formas de produzir conhecimento típicas do academicismo. Com elas, debruço-me, respectivamente, tanto sobre narrativas expostas em lugares on-line, longe do rigor científico, quanto sobre minhas próprias lembranças e relatos pessoais, o que faz de mim, também, o próprio objeto da pesquisa. Com esses rasgos na forma de tecer conhecimento, tensiono a rigidez característica do Direito e profetizo a possibilidade de uma Transdemocracia, um estado democrático futurista, mas que realiza suas tessituras desde já, ao permanecer atento à escuta de linguajares afiados fabricados por nós: corpos que enxergam o mundo pelas margens.