Título: | Descrição e análise preliminar das construções de posse em Ninam, família Yanomami |
Autor(es): | Farias, Gabriel Soares |
Orientador(es): | Chacon, Thiago Costa |
Assunto: | Indígenas Línguas indígenas Linguística Multilinguismo |
Data de apresentação: | Dez-2020 |
Data de publicação: | 9-Ago-2021 |
Referência: | FARIAS, Gabriel Soares. Descrição e análise preliminar das construções de posse em Ninam, família Yanomami. 2020. 61 f. Trabalho de conclusão de curso (Licenciatura em Letras Português)—Universidade de Brasília, Brasília, 2020. |
Resumo: | O objetivo deste estudo foi descrever e analisar as construções de posse na língua indígena
Ninam, família Yanomami. Os falantes Ninam estão localizados na Terra indígena Yanomami
entre o estado de Roraima, Brasil, e o sul da Venezuela, majoritariamente ao longo do rio
Uraricaá. A justificativa para esse intento é a contribuição que se dá aos estudos descritivos e
comparativos para a família Yanomami, que ainda conta com uma bibliografia documental
pequena se comparada a outras famílias linguísticas no Brasil. Para tanto, utilizou-se da
perspectiva teórica da tipologia funcional e da linguística descritiva, em relação ao método
indutivo, em que se parte da análise do fenômeno e de suas funções para generalizações
teóricas, e em relação à comparação com a língua Yanomama, também membra da família em
foco. Os resultados mostram que Ninam corresponde à tendência da região de marcação da
posse no núcleo do sintagma nominal, mas apenas para a 3ª pessoa do singular para
inalienáveis e nomes de parentescos, enquanto que a posse de partes do corpo constrói-se pela
justaposição na seguinte ordem [POSSUIDOR – POSSUIDO]. Os nomes de parentesco
apresentam uma morfologia complexa que se diferencia de partes do corpo humano, o que
contrapõe o princípio translinguísticos de que nomes inalienáveis tenderiam a ser menos
marcados formalmente. O clítico de posse na 3ª pessoa do singular /=e=/ pode também ser
incorporado ao predicado verbal, o que mostra que ele além de ser um genitival, também tem
propriedades anafóricas. Na construção de posse cujo possuidor está no plural, o uso do
sufixo /-p/ diferencia-se do clítico por apresentar posição fixa no núcleo, não ter a
possibilidade de fazer referência e também requerer, em alguns dados, a marca de caso
agentivo no termo possuidor. Nesse sentido, apresentaram-se simetrias entre este morfema e
o verbalizador /=pë/ do Yanomama, o qual possibilita que nomes possam selecionar
argumentos, o que foi uma hipótese também levantada para o Ninam |
Abstract: | The goal of this study was to describe and to analyze the possession construction in the
indigenous language Ninam, which belongs to the Yanomami family. Ninam speakers are
located in the indigenous Yanomami Land, between Roraima state, north of Brazil and the
south of Venezuela, mostly along the river Uraicaá. The justification for this attempt is the
contribution given to the descriptive and comparative studies related to the Yanomami‟s
linguistic family, which still counts on a short documentary bibliography if compared to other
linguistic families in Brazil. For this purpose, it was used the functional typology and the
descriptive Linguistics as theoretical perspective concerning the inductive method, which
begins on the analysis of the phenomenon and its functions to theoretical generalization and
concerning the comparison with Yanomama‟s language, which is also a member of the
linguistic family on this research. The results show that Ninam corresponds to the regional
tendency of the possession mark on the head of the noun phrase, but only for the 3º singular
person for inalienable and also for kinship terms, while juxtaposition constructs the body parts
possession in the following order [POSSESSOR - POSSESSED]. The kinship terms present a
complex morphology that differs from the one related to the human body parts as opposed to
the translinguistic principle that inalienable terms would tend to be less formally marked. The
possessions clitic on the 3º singular person /=e=/ would also be incorporated to the verbal
predicate, which shows that besides being genitival, it also possesses anaphoric properties.
Such construction, in which the possessor is plural, the use of the suffix /-p/ differs from the
clitic because the former presents a fixed location towards the head of the noun phrase and
because it is not possible to refer neither to require the agentive‟s mark on the possessor term
in some data. In this regard, the results show symmetries between this morpheme and the
verbalizer /=pë/ of Yanomami, which allows names to select arguments, also a hypothesis
brought into Ninam. |
Informações adicionais: | Trabalho de conclusão de curso (graduação)—Universidade de Brasília, Departamento de Linguística, Português e Línguas Clássicas, 2016. |
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Aparece na Coleção: | Letras - Português
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