Título: | O aborto e seus contextos : uma comparação entre Brasil e Cuba |
Autor(es): | Migaire, Luiza Lustosa |
Orientador(es): | Yannoulas, Silvia Cristina |
Assunto: | Aborto Brasil Cuba Saúde pública Políticas públicas - saúde Sexualidade Feminismo |
Data de apresentação: | 27-Nov-2017 |
Data de publicação: | 7-Mai-2021 |
Referência: | MIGAIRE, Luiza Lustosa. O aborto e seus contextos: uma comparação entre Brasil e Cuba. 2017. 48 f., il. Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharelado em Serviço Social)—Universidade de Brasília, Brasília, 2017. |
Resumo: | Este trabalho apresenta a problemática do aborto, enquanto uma questão que perpassa
os campos ideológicos da Família Patriarcal, da Igreja e dos discursos massivos
presentes nas conjunturas políticas, para depois ser entendida enquanto elemento
constituinte da cotidianidade das mulheres. Foi realizada uma comparação entre Brasil
e Cuba, analisando como a problemática é tratada nos diferentes sistemas políticos –
Socialismo e Capitalismo. As comparações entre períodos históricos, ideologias
políticas, as contribuições dos movimentos feministas e outros contextos peculiares dos
dois países foram explorados afim de compreender a problemática de forma estrutural.
O aborto, no socialismo cubano, desde a sua legalização em 1965, vem impactando de
forma positiva, principalmente nas taxas de mortalidade materna, além da garantia de
autonomia e poder de decisão das mulheres sobre seus próprios corpos. Em
contraponto, notou-se uma brusca queda nas taxas de natalidade e a frequente indução
do aborto, principalmente por adolescentes, que poderia ser evitada de acordo com a
adequada inserção de políticas públicas de saúde sexual e reprodutiva. No caso do
Brasil, as políticas públicas para as mulheres sofreram alterações de acordo com
períodos históricos e imperativos econômicos. Existem fases de avanços e retrocessos,
como foi possível observar no processo de redemocratização do país, momento de
ascensão dos movimentos sociais, onde o movimento feminista afirmou seus interesses
e teve influência nas decisões, como na criação do PAISM, em 1983. Já no período de
contrarreforma, nos anos 1990, houve uma descentralização e focalização destas
políticas, prejudicando em vários níveis a atenção integral à saúde das mulheres. A
legalização do aborto se revela enquanto um instrumento para a superação das
desigualdades de gênero, na medida em que as mulheres são tratadas, através das
políticas públicas, enquanto cidadãs e não enquanto mães/esposas, corroborando para
a desvinculação das demandas da família com as demandas das mulheres, e da
reprodução e maternidade com a sexualidade. |
Abstract: | This final paper presents the abortion problems as an issue that pass through the
ideologic fields from the patriarcal family, the Church and the massive speech present in
political conjunctures, so later could be understood as a constituent element of women's
daily lives. A comparison was made between Brazil and Cuba, analyzing how the issue
was dealt with in the diferent political systems – Socialism and Capitalism. In order to
understand the problem in a structural way, comparisons between historical periods and
between political ideologies were studied and the contributions of the feminist
movements and all the peculiar contexts of the two countries were explored in this paper.
The abortion, in Cuban socialism, since its legalization in 1965, has been positively
impacting, especially in maternal mortality rates, besides ensuring women's autonomy
and decision-making power over their own bodies. On the other hand, there was a sharp
fall in birth rates and frequent induction of abortion, mainly by adolescents, that could be
avoided according to the adequate insertion of public policies of family planning. In
Brazil's case, public policies for women undergo changes according to historical periods
and economic imperatives. There are phases of progress and setbacks, as was
observed in the country's re-democratization process, moment of rise of social
movements, when the feminist movement affirmed its interests and had influence in the
decisions, as in the creation of PAISM in 1983. Yet, in the neoliberal period, in the 1990s,
occured a decentralization and focusing on these policies, harming the health care for
women at various levels. The legalization of abortion is an instrument of overcoming
gender inequality because women are treated as citizens and not as mothers and wives
through public policies. It is also linked to the untying of the family's demands of the
women's demands and also the reproduction and motherhood with sexuality. |
Informações adicionais: | Trabalho de Conclusão de Curso (graduação)—Universidade de Brasília, Instituto de Ciências Humanas, Departamento de Serviço Social, 2017. |
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