Título: | Estudo retrospectivo dos efeitos decorrentes do uso da clorexidina em comparação com o soro fisiológico e suas implicações em PAV e no desfecho da internação quanto a mortalidade |
Outros títulos: | Retrospective study of the effects resulting from the use of chlorhexidine in comparison with saline and its implications in VAP and in the outcome of hospitalization regarding mortality |
Autor(es): | Figueiredo, Arthur Rollemberg Cruciol |
Orientador(es): | Figueiredo, Paulo Tadeu de Souza |
Coorientador(es): | Pains, Marcos Barbosa |
Assunto: | Clorexidina Boca - cuidado e higiene Pneumonia Respiradores (Equipamento médico) |
Data de apresentação: | 2020 |
Data de publicação: | 27-Abr-2021 |
Referência: | FIGUEIREDO, Arthur Rollemberg Cruciol. Estudo retrospectivo dos efeitos decorrentes do uso da clorexidina em comparação com o soro fisiológico e suas implicações em PAV e no desfecho da internação quanto a mortalidade. 2020. 53 f., il. Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharelado em Odontologia)—Universidade de Brasília, Brasília, 2020. |
Resumo: | Introdução: A pneumonia associada a ventilação mecânica (PAV)
é um problema frequente em pacientes internados em Unidades
de Terapia Intensiva (UTIs), que necessitam de ventilação
mecânica devido a diminuição da capacidade respiratória. Estudos
evidenciam relação entre a placa bacteriana dentária e
periodontal, patógenos respiratórios e pneumonia. Na literatura, a
descontaminação bucal tem se mostrado eficaz na prevenção da
PAV, embora não haja consenso quanto ao protocolo mais
adequado para essa descontaminação. A clorexidina e o soro
fisiológico, frequentemente, aparecem entre os produtos mais
utilizados na higienização bucal de pacientes internados em UTIs.
Objetivos: Avaliar o impacto do uso da clorexidina e do soro
fisiológico utilizados na remoção de placa por um cirurgião dentista
na incidência de PAV, mortalidade e associação com a doença de
base, bem como verificar a viabilidade do uso contínuo da
clorexidina. Métodos: Foram analisados 165 prontuários de
pacientes admitidos na UTI adulto do Hospital Regional da
Ceilândia, entre dezembro de 2015 e março de 2018, incluídos 72
pacientes, divididos em dois grupos, de acordo com a solução
utilizada para a higiene bucal (Clorexidina e Soro Fisiológico). Os
pacientes admitidos nos primeiros 7 meses e nos últimos 8 meses,
receberam higiene bucal padrão com clorexidina adotada pelo
hospital, e o grupo entre julho de 2016 e setembro de 2017
receberam higiene bucal com soro fisiológico. Os dados retirados
dos prontuários e comparados entre si, utilizando testes não
paramétricos de Mann Whitney e teste qui-quadrado e Exato de
Fisher. Resultados: A taxa de incidência (TDI) de PAV foi de
2,105 para grupo em que foi utilizada clorexidina e 2,865 para o
grupo que foi utilizado soro fisiológico com base em 1000 dias de
ventilação mecânica. Estatisticamente, não houve associação
significativa entre o desfecho (óbito ou alta) e os dois grupos
(p>0,05), sendo a porcentagem de óbitos de 47,2% no grupo
clorexidina e de 36,1% no grupo de soro fisiológico. Do total de 72
pacientes, 59,7% apresentava doenças infecciosas, 56,9%
doenças renais, 44,4% doenças pulmonares, 40,3%
cardiovasculares, 31,9% pós-operatório, 16,7% doenças
digestivas, 15,3% distúrbio hidroeletrolítico, 11,1% doenças
sanguíneas, 8,3% doenças de causas externas, 8,3% doenças
neurológicas e 4,2% outras doenças. Conclusão: Não houve
diferença estatística entre os protocolos de controle do biofilme
bucal com Clorexidina ou Soro Fisiológico, tanto em TDI como em
mortalidade. Diante desses resultados e correlacionando com a
literatura, inferimos que a intervenção odontológica por meio da
remoção mecânica periódica de todo biofilme bucal visível,
associado ao condicionamento do meio bucal, se mostrou mais
importante na prevenção de PAV que a utilização de uma solução
específica empregada no protocolo. Além disso, pelo fato de a
remoção de biofilme se mostrar suficiente para prevenção de PAV,
e por haver frequentes relatos na literatura acerca de efeitos
adversos relacionados à Clorexidina, sugerimos a
descontinuidade do seu uso quando presente um protocolo de
atendimento odontológico criterioso, embora o seu uso não tenha
aumentado a mortalidade. |
Abstract: | Introduction: Pneumonia associated with mechanical ventilation
(VAP) is a frequent problem in patients admitted to Intensive Care
Units (ICUs), who require mechanical ventilation due to decreased
respiratory capacity. Studies show a relationship between dental
and periodontal plaque, respiratory pathogens and pneumonia. In
the literature, oral decontamination has been shown to be effective
in preventing VAP, although there is no consensus as to the most
appropriate protocol for this decontamination. Chlorhexidine and
saline frequently appear among the products most used in oral
hygiene of patients admitted to ICUs. Objectives: To evaluate the
impact of the use of chlorhexidine and saline used in plaque
removal by a dental surgeon on the incidence of VAP, mortality and
association with the underlying disease, as well as to verify the
viability of the continuous use of chlorhexidine. Methods: 165
medical records of patients admitted to the adult ICU of the
Regional Hospital of Ceilândia between December 2015 and
March 2018 were analyzed, including 72 patients, divided into two
groups, according to the solution used for oral hygiene
(Chlorhexidine and Serum Physiological). Patients admitted in the
first 7 months and in the last 8 months received standard oral
hygiene with chlorhexidine adopted by the hospital, and the group
between July 2016 and September 2017 received oral hygiene
with saline. The data taken from the medical records and compared
with each other, using Mann Whitney's non-parametric tests and
the chi-square test and Fisher's exact test. Results: The incidence
rate (TDI) of VAP was 2.105 for the group in which chlorhexidine
was used and 2.865 for the group that used saline based on 1000
days of mechanical ventilation. Statistically, there was no
significant association between the outcome (death or discharge)
and the two groups (p> 0.05), with the percentage of deaths being
47.2% in the chlorhexidine group and 36.1% in the saline group. .
Of the total of 72 patients, 59.7% had infectious diseases, 56.9%
kidney diseases, 44.4% lung diseases, 40.3% cardiovascular
diseases, 31.9% postoperative, 16.7% digestive diseases, 15 , 3%
hydroelectrolytic disorder, 11.1% blood diseases, 8.3% diseases
of external causes, 8.3% neurological diseases and 4.2% other
diseases. Conclusion: There was no statistical difference between
the protocols for controlling oral biofilm with chlorhexidine or saline,
both in TDI and in mortality. Given these results and correlating
with the literature, we infer that dental intervention through the
periodic mechanical removal of all visible oral biofilm, associated
with conditioning of the oral environment, proved to be more
important in the prevention of VAP than the use of a specific
solution used in protocol. In addition, because biofilm removal is
sufficient to prevent VAP, and because there are frequent reports
in the literature about adverse effects related to chlorhexidine, we
suggest discontinuing its use when a careful dental care protocol
is present, although the its use has not increased mortality. |
Informações adicionais: | Trabalho de Conclusão de Curso (graduação)—Universidade de Brasília, Faculdade de Ciências da Saúde, Departamento de Odontologia, 2020. |
DOI: | http://dx.doi.org/10.26512/2020.TCC.27315 |
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