Título: | A representação da criança no frontispício da revista o Tico-Tico (1905-1909) |
Autor(es): | Vitor, Sinthia de Abreu |
Orientador(es): | Barbosa, Etienne Baldez Louzada |
Assunto: | Crianças Revista infantil Literatura infanto-juvenil |
Data de apresentação: | 2020 |
Data de publicação: | 12-Abr-2021 |
Referência: | VITOR, Sinthia de Abreu. A representação da criança no frontispício da revista o Tico-Tico (1905-1909). 2020. 52 f., il. Trabalho de Conclusão de Curso (Licenciatura em Pedagogia)—Universidade de Brasília, Brasília, 2020 |
Resumo: | Por vários séculos, a criança tem sido enxergada como uma miniatura de adulto (ARIÈS, 1986), onde estes projetavam todas as responsabilidades da vida adulta nos ‘ticos’ de gente. No decorrer do tempo histórico, essa visão de infância foi se alternando e modificando, como em uma linha em espiral, mas que manteve, atualmente, o entendimento de que há um distanciamento do mundo da criança com o mundo do adulto. A observância de estudos sobre a história da infância, ainda que de forma muito resumida, aqui nos auxilia na compreensão de como os pequenos eram vistos no Brasil, no início do Novecentos, ao ser pensado para eles, como leitores e possíveis consumidores, uma revista com diferentes temas. Essa revista, de nome O Tico-Tico, é apontada pela historiografia como a primeira voltada para o público infantil no Brasil. Publicada na capital da República, Rio de Janeiro, circulou por seis décadas (1905- 1962), com alterações em temas e formatos de capas. Olhar para essa revista neste trabalho é atentar-se não para o seu conteúdo, mas para o seu frontispício, com o intuito de perceber nele as representações de criança pequena. O frontispício é a primeira folha impressa de uma revista, o ‘cabeçalho’, aquele que aparece em todas as edições. Usando uma metodologia de cunho historiográfico, este trabalho percorre as capas da revista ‘O Tico-Tico’ com o objetivo geral de identificar como o frontispício apresenta a criança na revista. Seus objetivos específicos foram realizar o mapeamento bibliográfico, que se deu nos sites da BDM, CAPES e SciELO, onde nenhum trabalho similar a este tema foi encontrado; e compreender os usos e significados de um dos frontispícios da revista ‘O Tico-Tico’ que aparece durante os anos de 1905 a 1909, onde, após análise da autora, se chega ao resultado de que este frontispício representa apenas os meninos de cor branca e de famílias ricas. Uma leitura do conteúdo da revista permite identificar que ela se destinava, na grande maioria de temas, para crianças maiores, que já sabiam ler. Todavia, no seu frontispício, durante muitos anos, a criança representada era a pequena, que provavelmente estaria ainda nos jardins de infância e que ainda não saberiam ler tudo que na revista estava publicado. Tal percepção acaba por demonstrar que trazer crianças pequenas em seu título, entre outras possíveis interpretações, era apresentar à sociedade uma concepção de leitura agradável, ingênua, delicada, divertida, própria para aqueles que ainda não tinham obrigações no mundo social, político e econômico. |
Abstract: | For several centuries, the child has been seen as a miniature adult (ARIÈS, 1986), where they projected all the responsibilities of adult life in “ticos” of people. Over the course of historical time, this view of childhood has alternated and changed, as in a spiral line, but which currently maintains the understanding that there is a distance between the world of the child and the world of the adult. The observance of studies in the history of childhood, although very briefly, here helps us to understand how little ones were seen in Brazil, in the beginning of the Nineteenth Century, when a magazine was thought for them, as readers and possible consumers, with different themes. This magazine, called “O Tico-Tico”, is identified by historiography as the first one aimed at children in Brazil. Published in the capital of the Republic, Rio de Janeiro, it circulated for six decades (1905-1909), with changes in themes and cover formats. To look at this magazine in this work is to pay attention not to its content, but to its frontispiece, in order to perceive in it the representations of small children. The frontispiece is the first printed paper of a magazine, the ‘header’, the one that shows in all the editions. Using a historiography methodology, this work goes through the cover of the magazine ‘O Tico Tico’ with a main goal of identify how the frontispiece presents the child on the magazine. The specific goals were do the bibliographic mapping on BDM, CAPES and SciELO websites, which none similar work of this theme was found; and comprehend the uses and meanings of one of the frontispieces of the magazine ‘O Tico-Tico’ that appears during the years 1905 to 1909, which after the author’s analysis, it comes to a result that this frontispiece only represents the white boys of rich families. A reading of the magazine's content allows us to identify that it was intended, in the vast majority of themes, for older children, who already knew how to read. However, in its frontispiece, for many years, the child represented was the small one, who would probably still be in kindergartens and who would not yet know how to read everything that was published in the magazine. Such perception ends up showing that bringing small children in their title, among other possible interpretations, was to present society with a conception of pleasant, naive, delicate, fun reading, proper for those who still had no obligations in the social, political and economic world. |
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