Título: | A violência obstétrica sob o prisma da autonomia da vontade do paciente e do consentimento informado e o seu tratamento pelo Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios |
Autor(es): | Melo, Ana Luíza Barroso de |
Orientador(es): | Costa Neto, João |
Assunto: | Ética médica Violência obstétrica Parto (Obstetrícia) Direitos humanos Mulheres - violência Mulheres grávidas - saúde |
Data de apresentação: | 12-Dez-2020 |
Data de publicação: | 7-Abr-2021 |
Referência: | MELO, Ana Luíza Barroso de. A violência obstétrica sob o prisma da autonomia da vontade do paciente e do consentimento informado e o seu tratamento pelo Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios. 2020. 69 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharelado em Direito)—Universidade de Brasília, Brasília, 2020. |
Resumo: | O presente trabalho corresponde a um estudo acerca da nova ética médica, consagrada nos
principais manuais de bioética na Medicina, a qual é orientada pelo respeito à autonomia da
vontade do paciente e pelas exigências de observância do consentimento informado. Buscouse verificar se houve efetiva mudança do paradigma que outrora guiava a ação dos profissionais
de saúde, denominado “hipocrático” (pois deriva do juramento de Hipócrates), no qual se
conferia primazia aos princípios da beneficência e da não-maleficência, autorizando-se o
médico a conduzir o tratamento da maneira que lhe aprouvesse, de acordo com os seus
conhecimentos técnicos e com a sua consciência, sendo irrelevante a opinião do enfermo. Para
tanto, foi selecionado o campo da obstetrícia, pois há um grande número de estudos e registros
acerca do tratamento dispensado pelos médicos às gestantes, notadamente em razão dos
esforços para combater a chamada “violência obstétrica”. Assim, encontrou-se, nesta seara,
fonte profícua de relatos acerca da observância ou não do dever de respeitar a autonomia da
mulher gestante na relação médico-paciente, os quais foram reputados suficientes à
demonstração de como tem sido enxergado o novo paradigma da autonomia na prática médica.
Foram aliadas a estas informações pesquisa e análise da jurisprudência do Tribunal de Justiça
do Distrito Federal e Territórios acerca do tema, a fim de conhecer como eventuais desrespeitos
à vontade da paciente têm sido enxergados pelo Poder Judiciário, uma vez que a Constituição
Federal assegura os direitos fundamentais à dignidade humana, à liberdade e à saúde em seus
artigos 1º, inciso III; 5º, caput, e 6º, sendo que estes bens jurídicos são de proteção imperativa.
Ao final das pesquisas, foi sugerida uma possível solução aos problemas constatados, com
fundamento no princípio da intervenção mínima do direito penal. |
Abstract: | The presente monography is a study about the new medical ethics that has been discussed in
the main books about biomedical ethics, which is oriented on the patient’s autonomy and on
the informed consent. Its goal is to verify whether there has really been a change from the
hippocratic paradigm (based on the Hippocratic oath), caracterized by the principles of
beneficence and non-maleficence, in which the physicians were authorized to choose the
clinical treatment according to his own judgement and knowledge. Therefore, the patient’s
opinion was irrelevante at that time. For the purposes of this study, the medical specialty of
obstetrics was chosen, since there is a huge amount of researches and records about the tratment
dispensed to pregnant women by the medical doctors, specially because of the efforts to end
“obstetric violence”. Therefore, many reports of the observance or not of the duty to respect the
pacient’s autonomy were found, which contributed to clarify whether the new paradigm of
autonomy is being observed or not in the daily routine of the doctors. This information was
gathered with research on the Distrito Federal e Territórios Court of Justice’s jurisprudence
about the matter, in order to understand how the problem of disrespect of the patient’s autonomy
has been faced by Judicial Power, considering that it involves fundamental rights established in
the Constitution that the Country is obligated to protect and grant. In the end of the research, a
possible solution to the problems found was suggested, based in the criminal law principle of
minimum intervention. |
Informações adicionais: | Trabalho de Conclusão de Curso (graduação)—Universidade de Brasília, Faculdade de Direito, 2020. |
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