Resumo: | Observa-se que o ensino de ciências nas escolas, da forma como é aplicado, valoriza a exposição de conteúdo, sustentando uma imagem idealizada e distante da realidade, omitindo muito fatores envolvidos no processo de desenvolvimento do conhecimento e na ciência como uma construção social, caracterizada por inimizades, omissões, conflitos e lutas, sendo influenciada por diferentes culturas. Muitas estratégias didáticas podem ser utilizadas pelos professores no ambiente de sala de aula afim de modificar esse cenário, tais como, aulas expositivas, debates e discussões em grupo, experimentação, elaboração de projetos, jogos e simulações, dentre outras. Nesse contexto as sequências didáticas surgem como uma estratégia de ensino que pode ser utilizada como facilitadora na compreensão dos alunos. Ao trabalhar com uma perspectiva lúdica ganha-se maiores opções, uma vez que o uso de atividades lúdicas no ensino não se prende apenas a perspectiva do movimento onde o objetivo é proporcionar o prazer por meio de jogos, brinquedos ou divertimento durante sua execução, concepção esta que esteve ligada a área por muitos anos. As HQs são elementos lúdicos que estimulam a criatividade e imaginação das crianças, quando bem utilizadas dentro do contexto proposto pelo professor podendo ser consideradas uma forma de leitura que trabalha com a percepção do leitor, por mesclar a leitura de palavra com imagens, quadros e balões, que no todo compõem a linguagem dos quadrinhos. Dentro do contexto escolar, essa dinamicidade na estrutura das HQs pode ser uma alternativa para romper a formalidade no ensino, sobretudo nas áreas de ciências. O uso das HQs no ensino de química pode ser uma alternativa para trabalhar e desenvolver conceitos de química e da ciência como um todo, por meio do lúdico, utilizando as estruturas especificas dos quadrinhos fazendo o leitor exercer tanto suas habilidades interpretativas verbais, assim como as visuais. Muitas barreiras são criadas no processo de aprendizado do aluno, por ele entender que a significação desse conteúdo está acima de suas capacidades. Portanto, ao ensinar ciências é necessário contextualizar a formação dos conceitos que muitas vezes são apresentados como fórmulas prontas, de forma que o aluno possa dar significado aquilo e no caso de retrospectivas históricas que ele seja capaz de entender como se desenvolve a formação do conhecimento. Trabalhando então a ciência e todos os seus conceitos como sendo criações humanas e não divindades imutáveis, os alunos podem começar a desenvolver certa percepção quanto a esse ponto. O uso de diferentes atividades pode permitir o engajamento dos estudantes possibilitando aos estudantes uma reflexão e visualização do processo de desenvolvimento do conhecimento e da própria ciência. Ao longo da aplicação dessa sequência didática, pode-se perceber que a maior parte dos estudantes apresenta uma imagem datada da produção científica, e quando questionados a respeito do conhecimento de cientistas, a grande maioria citou Albert Einstein, que embora tenha feito contribuições de imenso valor para a física, atualmente tem sua imagem veiculada como um ser midiático, cujo o rosto estampa capas de caderno, livros entre outros materiais, assim conhece-se a imagem, mas não o cientista. |