Título: | Terceirização na iniciativa privada : uma análise à luz do direito brasileiro |
Autor(es): | Silva, Gabriel de Souza Leal |
Orientador(es): | Avelino, Daniel Pitangueira de |
Assunto: | Reforma trabalhista Supremo Tribunal Federal (STF) Terceirização Tribunal Superior do Trabalho (TST) Trabalho - precarização Livre iniciativa |
Data de apresentação: | 5-Jul-2019 |
Data de publicação: | 25-Mar-2020 |
Referência: | SILVA, Gabriel de Souza Leal. Terceirização na iniciativa privada: uma análise à luz do direito brasileiro. 2019. 88 f., il. Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharelado em Direito)—Universidade de Brasília, Brasília, 2019. |
Resumo: | O presente trabalho tem o escopo de determinar como a terceirização foi recepcionada pelo ordenamento jurídico e pela jurisprudência pátria, para melhor compreender quais são as restrições jurídicas aplicáveis a essa prática, com enfoque na iniciativa privada. Diante disso, mediante pesquisa bibliográfica e documental, as principais características da terceirização, da proteção social do trabalho instituída pela Constituição Federal de 1988 e da disciplina infraconstitucional e jurisprudencial foram abordadas. Além disso, com o auxílio de dados empíricos, foram analisados os efeitos práticos da terceirização nas relações trabalhistas. A partir do estudo efetuado, definiu-se a terceirização como uma técnica que permite à empresa concentrar os seus esforços na consecução de sua atividade principal através da transferência de atividades acessórias a empresas especializadas na sua execução. Para que se formalize, essa prática resulta na composição de uma relação trilateral, na qual figuram como partes o trabalhador terceirizado, a empresa tomadora e a empresa prestadora de serviços. Em seguida, determinou-se que os princípios fundamentais da dignidade da pessoa humana e dos valores sociais do trabalho e da livre iniciativa, bem como o princípio da função social da empresa, condicionam a iniciativa privada à observância do regime de emprego socialmente protegido, sob a perspectiva da proteção social do trabalho. Depois, discorreu-se sobre a disciplina da terceirização na legislação infraconstitucional e na jurisprudência. Inicialmente, observou-se a restrição desse fenômeno à atividade-meio das empresas, consolidada na Súmula n.º 331 do Tribunal Superior do Trabalho. Com a Reforma Trabalhista e a recente jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, passou-se a legitimar a terceirização na atividade-fim. Por fim, foram analisados os dados empíricos que comparam a remuneração, a duração do vínculo empregatício e a quantidade de acidentes de trabalho entre empregados diretos e terceirizados. Constatou-se a existência de precarização das relações trabalhistas decorrente da terceirização. Assim, concluiu-se que é necessário impor restrições à terceirização, tendo em vista a precarização da relação de emprego e o padrão constitucional do regime de emprego socialmente protegido. |
Abstract: | The purpose of this study is to ascertain how outsourcing was accommodated in the Brazilian legal framework and jurisprudence in order to gain a better understanding of the legal constraints imposed on outsourcing, with a focus on the private sector. To this end, literature and documental research was conducted in order to look at the main features of outsourcing, mechanisms of social protection of labor enshrined in the 1988 Federal Constitution and infra-constitutional laws and jurisprudence. In addition, empirical data supported an analysis of the practical aspects of outsourcing in labor relations. As part of this study, outsourcing was defined as an approach for companies to focus on their core business by delegating non-core activities to companies specializing in those activities. Outsourcing involves a tripartite relationship, with an outsourced worker, a hiring company and an outsourcing provider. The next step was to establish that the fundamental principles of human dignity and the social values of labor and free initiative, as well as the principle of the social role played businesses, require private companies to observe the socially protected employment regime from the perspective of the social protection of labor. This study then discusses the subject of outsourcing in infra-constitutional laws and jurisprudence. This was initially restricted to non-core activities, consolidated in Precedent No. 331 of the Superior Labor Court. The Labor Reform and recent jurisprudence by the Supreme Federal Court authorized the outsourcing of core activities. Finally, empirical data comparing pay, duration of employment, and number of occupational accidents between in-house and outsourced workers were analyzed. A finding is that labor relations deteriorated as a result of outsourcing. It is therefore concluded that outsourcing requires some restrictions in view of the deterioration of labor relationships and the constitutional regime of socially protected employment. |
Informações adicionais: | Trabalho de Conclusão de Curso (graduação)—Universidade de Brasília, Faculdade de Direito, 2019. |
Aparece na Coleção: | Direito
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