Percepção familiar e escolar sobre o desenvolvimento de uma criança com deficiência intelectual : um estudo de caso

Abstract

Nos últimos anos, a educação inclusiva tem sido considerada de suma importância em uma sociedade democrática. No entanto, o despreparo dos profissionais da área, o pouco investimento público no sentido de ofertar cursos de formação, a falta de acompanhamento familiar são alguns exemplos de dificuldades encontradas no dia a dia. Nesse sentido foi realizado um estudo de caso de um aluno com deficiência intelectual a fim de comparar as percepções das pessoas envolvidas no processo de ensino-aprendizagem. Os objetivos específicos dessa pesquisa foram: investigar o histórico de desenvolvimento da criança desde a gestação até o momento presente por meio de documentos e relatos familiar; conhecer e comparar a percepção que a família, a professora atual, os professores anteriores, a professora da sala de recursos e o monitor possuem acerca do desenvolvimento do aluno com deficiência intelectual; investigar as expectativas que a família tem acerca do potencial e do futuro do filho. Participaram desta pesquisa a mãe da criança em estudo, quatro professores (atuais e anteriores), um monitor de sala e a vice-diretora da instituição. Foi utilizada a entrevista semiestruturada como instrumento de construção de dados. Resultados indicaram que os professores se sentem despreparados, porém procuram sempre oferecer o melhor de si para conseguir algum resultado positivo, a demora no diagnóstico de uma criança com deficiência dificulta o trabalho pedagógico como também a garantia dos seus direitos. Em relação às percepções dos envolvidos no processo de desenvolvimento da criança, observou-se, segundo fala dos participantes, que ele apresenta maior interesse por objetos tecnológicos e que emite som, todos observaram um pequeno potencial, contudo nem sempre sabem intervir no sentido de auxiliá-lo, inclusive a família. As expectativas para o futuro são grandes por parte da família, enquanto os professores sonham com uma criança socializada, devido a inconstância no seu comportamento e por apresentar muitas limitações físicas, sociais e cognitivas. Resultados indicam que apesar de todos os recurso e estratégias usadas no processo de ensinoaprendizagem com o aluno, suas atitudes são poucos satisfatórias no relacionamento com os outros, necessitando de mais interações sociais.