Compreendendo o papel do pedagogo no atendimento de crianças e adolescentes no ambiente hospitalar

Abstract

A pedagogia hospitalar surge da necessidade de promover o atendimento pedagógico -educacional a crianças e adolescente hospitalizados. Contudo, percebe-se que seu suporte vai além do ato de favorecer a continuidade da escolarização para crianças e jovens no espaço hospitalar. O profissional da educação no ambiente do hospital agrega competências, habilidades e contribui para a visão, que antes era voltada para a doença, para um conceito que abrange o indivíduo em sua totalidade. O presente trabalho teve como questão norteadora identificar o papel do pedagogo no ambiente hospitalar e buscou compreender através da pesquisa qualitativa a pedagogia hospitalar em alguns dos seus aspectos, como: seu conceito, sua forma de atuação e a contribuição dada pelo profissional da educação enquanto integrante da equipe multidisciplinar no contexto hospitalar. E teve como fundamento os estudos realizados na disciplina Introdução à Classe Hospitalar, a experiência adquirida durante a prática pedagógica supervisionada no Projeto 4 - desenvolvida no Hospital Universitário de Brasília, que contou com uma carga horária de 90 horas, a revisão teórica de autores, como: Matos e Mugiatti, Fonseca, Esteves, Souza, Ceccim, Silva, Ortiz e Freitas, além da observação participante e entrevistas semiestruturadas aplicadas com educadores de três Classes Hospitalares e uma brinquedoteca, presentes em hospitais públicos do Distrito Federal, foi possível investigar como ocorre o trabalho do pedagogo com a equipe. A análise dos resultados, permitiu elucidar que, em sua grande maioria, o trabalho realizado não é feito de maneira integrada ou participativa. Conclui-se, que apesar de estudos que demonstram a importância e a necessidade de um atendimento integral esse não vem ocorrendo nas classes hospitalares, é fundamental que a proposta de atendimento interdisciplinar seja concretizada através da participação colaborativa entre pedagogos e profissionais da saúde e que se criem espaços interinstitucionais organizados que favoreçam a integração das equipes de trabalho. Desenvolver uma atuação integrada, apresenta uma nova percepção acerca do sujeito global e isso influencia de maneira positiva na recuperação física e psíquica de crianças e jovens enfermos hospitalizados. Estar atento e trabalhar essas características de forma conjunta e interdisciplinar possibilita ressignificar a hospitalização.