Resumo: | As necrópoles constituem um ramo de atividade que envolvem o ser humano sob a perspectiva ambiental como qualquer outro material de descarte, constituído de resíduos sólidos e produtor de materiais efluentes líquidos e gasosos. Levando em conta este aspecto, os cemitérios podem ser fontes de contaminação das águas superficiais e subterrâneas, por meio de substâncias orgânicas e inorgânicas, e microorganismos patogênicos presentes no líquido de decomposição de cadáveres, denominado de necrochorume. A percepção de que podemos destruir a natureza mesmo depois de mortos foi um incentivo para o desenvolvimento desta pesquisa, e de ampliar as discussões sobre a instalação de cemitérios e seus impactos ambientais. Ao abordar a legislação existente tanto para implementação como para funcionamento de necrópoles, as formas de atendimento das necessidades da população, assim como qual seria a melhor alternativa para o meio ambiente, foi possível verificar se as necrópoles constituem risco ambiental. A metodologia adotada foi a da pesquisa qualitativa, com um enfoque exploratório-descritivo, com o levantamento bibliográfico em artigos, livros e legislações acerca da atividade cemiterial no Brasil, e a realização de entrevista semi-estruturada junto a gestores de empresas que administram necrópoles, assim como visita a estes locais. Através da pesquisa efetuada pode-se concluir que se deve melhorar a monitoração, fiscalização, licenciamento e a operação das necrópoles existentes, assim como efetuar aprimoramentos na legislação federal. Através deste trabalho, apesar da escassez de material específico sobre o tema, foi constatado que os cemitérios que estejam adequados as resoluções CONAMA, tem menor possibilidade de apresentar risco ambiental do que os que não o fizeram. Apesar disso, através de um gerenciamento adequado, este risco pode ser considerado controlável se considerado o poder de contaminação de outras atividades. |