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Título: Stalking pós-ruptura : uma análise do risco em Medidas Protetivas de Urgência entre janeiro e julho de 2017
Autor(es): Borges, Maria Paula Benjamim
Orientador(es): Prando, Camila Cardoso de Mello
Assunto: Stalking
Medidas protetivas
Violência psicológica
Gênero - relações
Lei Maria da Penha
Violência contra as mulheres
Data de apresentação: 27-Nov-2017
Data de publicação: 8-Jan-2018
Referência: BORGES, Maria Paula Benjamim. Stalking pós-ruptura: uma análise do risco em Medidas Protetivas de Urgência entre janeiro e julho de 2017. 2017. 75 f., il. Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharelado em Direito)—Universidade de Brasília, Brasília, 2017.
Resumo: O presente trabalho busca compreender como se dá a avaliação do risco, em casos de stalking, pelos magistrados e magistradas, nos processos de Medidas Protetivas de Urgência analisados entre janeiro e julho de 2017, na circunscrição judiciária de Brasília. Inicialmente apresentou-se, na Parte I do texto, uma revisão de literatura crítica a respeito dos principais tópicos de discussão sobre o stalking. Na Parte II foi desenvolvida a pesquisa empírica: analisaram-se 80 processos de Medidas Protetivas de Urgência que passaram pela Defensoria Pública do DF – Núcleo de Defesa da Mulher, entre janeiro e julho de 2017, cujos boletins de ocorrência narravam atos de stalking, a partir de um conceito de perseguição insidiosa trazido na primeira parte da monografia, para averiguar quais os tipos penais imputados às condutas pelos agentes policiais, quais os atos delituosos mais praticados por meio da perseguição insidiosa e qual a taxa de deferimentos e indeferimentos das medidas. Em um segundo momento, exploraram-se os fundamentos dos indeferimentos dos pedidos, a partir de conceitos trazidos da Análise do Discurso Crítica - ADC, de forma a entender os discursos de poder imersos nos contextos das decisões e a forma com que os/as magistrados/as aferiram o risco para a segurança da vítima a partir dos dados contidos no boletim de ocorrência. A pesquisa foi desenvolvida com base nas teorias feministas sobre gênero, vitimologia e risco. Os resultados obtidos foram divididos em dois grupos: no primeiro há uma confusão quanto a natureza das Medidas Protetivas de Urgência e uma baixa avaliação do risco quanto a segurança da vítima. Os indeferimentos se basearam na ausência de provas para acatar o pedido e na ausência de conduta típica do acusado. O segundo grupo se fundamentou na negação de violências de gênero, e os argumentos foram no sentido de desconsideração das violências patrimoniais, morais e psicológicas como violências genderizadas, na falsa concepção de consentimento da vítima e na rejeição do medo como advindo da experiência e como indicador de risco de violências futuras.
Abstract: The present scientific legal research aims to understand how judges evaluate risk in determining whether to issue restraining orders in stalking cases. The study focuses on the judicial system of the Federal District of Brasília, covering cases from January to July of 2017. Part I critically reviews the literature that discusses the most relevant stalking aspects. Part II presents and analyses empirical research conducted by the author of 80 restraining order proceedings in that six month period that involved police reports mentioning stalking incidents, from an obsessional harassment concept brought in the first part of the text, and that were later litigated by the “Women’s Protection Division” of the State Public Defender’s Office. The main objectives of the study were to verify in practice: a) the type of felony and/or misdemeanour that was triggered by the police officers for the behaviours in question, b) the criminal acts that were most commonly associated with stalking acts, and c) the rate of judicial rejection or acceptance of the legal measures requested by the victim. Next, this study examines the legal basis of the denial of the restraining orders, using concepts brought by the Critical Discourse Analysis (CDA) methodology, with the purpose of understanding both the “power reasoning” adopted in the decisions and the way in which judges took into account data provided by the police reports estimating the risk to the victim’s safety. This research is based on feminist theories about gender, law, victimology and risk. The empirical results of the analysis of the restraining order denials can be divided into two classes. In the first group of decisions, judges’ uncertainty about the legal nature of the restraining order mechanism (some see it as a civil remedy, whereas others qualify it as a criminal instrument) impacted their views on the degree of risk for the victims’ safety required to impose a restraining order. In these cases, the manner in which the judge perceives the legal nature of the orders – as a civil or a criminal remedy – affects the level of the burden of proof and the requirement that the behaviour qualify as a crime. In the second group of cases, judges do not identify a clear gender component in the psychological, moral and property violations. In those situations, judges appear to misunderstand not only the victim’s consent, but also her fears as resulting from her living situation and previous experiences, therefore underestimating the risk of future violence.
Informações adicionais: Trabalho de Conclusão de Curso (graduação)—Universidade de Brasília, Faculdade de Direito, 2017.
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