Resumo: | Esta monografia aborda as relações entre governo e seus esforços e instrumentos destinados à área da comunicação em um município do interior no Nordeste do Brasil. O governo em pauta, portanto, é municipal: o da Prefeitura de Tucano, Bahia. Logo de início é preciso dizer que comunicação pública, concepção mais utilizada no decorrer do trabalho, é um conceito de desenvolvimento recente, e é entendida aqui como aquela que, na esfera governamental, não se restringe à comunicação governamental e à comunicação política. A comunicação pública é aquela que se volta para o atendimento do interesse público, extrapolando o direito de informação para fornecer ao cidadão instrumentos de acompanhamento e participação nas ações e fatos do governo. Ela pode, e até deve, para a plena realização do processo comunicacional, trazer algumas características da comunicação mercadológica, como a atratividade e a criatividade, mas, jamais, se render à lógica do “produto” para “vender” pautas de interesse partidário ou de simples promoção e propaganda do governo e/ou políticos. Este é um ponto controvertido, apontado por alguns autores e trabalhado no Referencial Teórico. E embora essas questões teóricas gerais correspondam em primeiro plano, ou sejam mais nítidas, em contextos mais fortemente relacionados às Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs), o interesse deste trabalho se volta para conhecer o modo de operação e efetivação da comunicação em um governo municipal em que essas tecnologias desempenham seu papel, mas de forma restrita e com escassez de recursos financeiros e operacionais. Foi realizada uma pesquisa de cunho exploratório, com levantamento bibliográfico, etnografia virtual e, posteriormente, um estudo de caso para o qual foi escolhida a pesquisa etnográfica, com método qualitativo e descritivo. Os resultados confirmam a importância e capacidade da comunicação na gestão pública, mas apontam para o fato de que ainda estamos em estágio inicial e restrito na aplicação prática da comunicação pública. Sendo fundamental a discussão, inclusive acadêmica, para que ela seja reconhecida e efetivada como uma política pública essencial no Brasil. |