Resumo: | Introdução: Atribui-se às DCNT cerca de 72% dos óbitos ocorridos no Brasil, destacando-se as DCV por serem responsáveis por 30% das mortes no país. Alguns fatores de risco, como a hipertensão arterial sistêmica e a obesidade, associam-se ao desenvolvimento das DCV. Nesse contexto, indicadores antropométricos vêm sendo utilizados para a predição de fatores de risco cardiovascular devido a sua simples aplicabilidade e interpretação. Objetivo: Testar a capacidade dos indicadores antropométricos índice de massa corporal, perímetro da cintura e razão cintura-estatura em predizer hipertensão arterial sistêmica em amostra da população adulta do Distrito Federal. Metodologia: As informações utilizadas fazem parte do banco de dados do projeto integrado de vigilância dos fatores de risco para DCNT no DF (VIVA SAÚDE DF), estudo realizado a partir de inquérito domiciliar, com amostra da população adulta do Distrito Federal. Foi aplicado questionário estruturado, aferição da pressão arterial, do peso, estatura e perímetro da cintura (PC). Calculou-se o Índice de Massa Corporal (IMC) e Razão Cintura Estatura (RCE). Estimou-se a prevalência bruta de excesso de peso, obesidade central e hipertensão arterial. Para a análise dos resultados foi utilizado o teste de Kolmogorov-Smirnov, as correlações de Spearman ou Pearson e construídas as curvas ROC. Resultados: Avaliou-se 2648 adultos, sendo classificados: 70,3% (n=1862) do sexo feminino, 55% (n=1453) com excesso de peso pelo IMC, 63,1% (n=1670) e 90,6% (n = 2399), com alterações do PC e da RCE, respectivamente e 41% (n = 1086) com HAS. Todos os indicadores antropométricos apresentaram correlação significativa e moderada com os valores de pressão arterial sistólica e diastólica. Todos os indicadores antropométricos avaliados foram capazes de predizer a HAS com valores de AUC superiores a 0,7. Comparativamente, os indicadores antropométricos de obesidade central (PC e RCE) foram superiores ao indicador antropométrico de obesidade total (IMC) para a predição da HAS. Entre os indicadores antropométricos de obesidade central (PC e RCE), para a população estratificada, não houve diferença significativa (p>0,05) entre eles. Conclusão: Os indicadores antropométricos avaliados foram capazes de predizer a HAS nesta população tendo sido os indicadores de obesidade central superiores para esta finalidade. Dentre os indicadores antropométricos avaliados, a razão cintura-estatura foi o indicador com melhor aplicabilidade, podendo ser utilizado como instrumento para a triagem da HAS em serviços de saúde e em estudos populacionais. |