Resumo: | Frente ao desenvolvimento capitalista, as formas de exploração se modificaram, os setores dinâmicos da produção em geral se tornaram urbano-industriais e financeiros, porém, o camponês enquanto aquele que trabalha com as próprias mãos através da posse/propriedade da terra e dos instrumentos de trabalho, permanece vivo até os dias atuais, não como “resquício feudal”, mas como recriação do próprio desenvolvimento desigual do capitalismo em escala mundial, que recria relações não-capitalistas (economia doméstica, escravidão, etc.), de exploração e opressão das massas populares para a sua própria reprodução ampliada. A existência do campesinato se mantém também, contraditoriamente, através da resistência às tendências capitalistas e estatistas de expropriação de sua base fundiária de onde tira seu trabalho e sobrevivência. Portanto, o debate sobre a questão agrária ainda está vigente. O objetivo geral é compreender a dimensão socioterritorial do conflito em Trombas e Formoso em meados o século XX, mais especificamente nas décadas de 1950-1960. Esse estudo foi desenvolvido através da revisão bibliográfica que buscou a todo o momento responder e, principalmente, problematizar a ação territorial camponesa.Busca-se, por sua vez, compreender esse objetivo, através da revisão teórica do conceito de campesinato como base no debate clássico entre Karl Marx e Mikhail Bakunin sobre as características e potencialidade dos camponeses franceses, bem como dos teóricos brasileiros, especialmente José de Souza Martins, sobre as particularidades do campesinato brasileiro, seus conflitos e expressões políticas. |