Resumo: | Esse trabalho pretende, por meio de um desenho urbanístico, permitir um processo de crescimento a longo prazo de um conjunto habitacional a ser realizado dentro dos parâmetros do Programa Minha Casa, Minha Vida. A área de intervenção foi escolhida na relação de editais de chamamento de empresas disponíveis no site da Secretaria de Habitação, Regularização e Desenvolvimento Urbano - SEDHAB, e se chama Planaltina Parque. O seu edital requere o projeto e construção de 4608 unidades habitacionais para famílias de 2 faixas de renda (até R$1600,00 e de R$1600,01 a R$3275,00), um projeto paisagístico para um parque urbano a ser implantado no local e o projeto de um Centro Educacional (destinado a oferecer as séries/anos finais do Ensino Fundamental, o Ensino Médio e o 2° e 3° Segmentos da Educação de Jovens e Adultos). Conjuntos de habitações de interesse social deveriam ser planejados e construídos como se fossem cidades implantadas rapidamente, procurando um baixo custo econômico e para uma população vulnerável. Em todas as instâncias, a máxima eficiência deve ser combinada com a máxima preocupação pela qualidade de vida de seus habitantes, de modo que esses objetivos de velocidade, economia e bem-estar social não se tornem opostos. Na melhor prática, eles deveriam ser dois lados da mesma moeda, enquanto estratégias sociais deveriam visar uma ação eficiente, e modelos de racionalização de trabalhos e custos poderiam ser atrelados às necessidades a longo prazo dos habitantes desses conjuntos. O termo “a longo prazo“ se refere a ações ou consequências que não são somente instantâneas, mas são processos com uma dimensão temporal. Quanto tempo é longo? As decisões sobre a construção de conjuntos habitacionais podem ter impactos que se estenderão por muito tempo na vida de seus habitantes, sendo assim, o argumento seguinte para o planejamento de conjuntos habitacionais como entidades de longo prazo, deve ser observado: a pior coisa que pode acontecer é a construção de um conjunto que cresce excessivamente, causando superlotação da infraestrutura preexistente, ou custos de reconstrução ou remanejamento. Geralmente, os indicadores para se construir um empreendimento econômico se baseiam na redução de custos de material por meio de um projeto inteligente, redução de desperdício material por meio de técnicas de construção eficientes, redução de desperdícios de tempo e mão-de-obra por meio de um cronograma competente, redução do custo do uso do edifício dentro de toda a sua vida por meio da implementação de materiais duráveis. É preciso expandir os objetivos da construção racional em duas direções, que são fundamentais na contagem dos custos e benefícios de um conjunto habitacional. Eles devem ser incluídos não apenas para os habitantes dos edifícios e do bairro, mas para aqueles de outras localidades que têm qualquer ligação com o lugar e extender esse conceito de custos e benefícios, para cobrir não só aqueles de abitar determinado lugar, mas também levar em conta o possível suporte e capacitação que um espaço pode oferecer à manutenção de vida de seus moradores, mudando das questões de existência, para questões de prosperidade. O objetivo é oferecer, por meio de um projeto eficiente de ocupação e usos do solo, a oportunidade de adaptações futuras por parte dos moradores de modo que não prejudique a conformação de espaços públicos e não fira os espaços privados de outros, uma integração adequada ao entorno e infraestruturas existentes e o menor impacto ambiental possível. Sempre procurando encaixar-se dentro dos parâmetros orçamentários do PMCMV. |