Resumo: | O ante projeto apresentado adiante trata-se de uma unidade de comércio residencial local, situada em um terreno ainda livre de ocupação, localizado na comercial da Superquadra 412 Norte, bloco A. Os comércios estão distribuídos de modo setorizado, estando adjacentes as superquadras residenciais nas Asa Sul e Norte, no Sudoeste e no Noroeste. Assim, trata-se de uma inserção gregária na escala residencial. Os comércios locais no Plano Piloto se mostram como um dos elementos que compõem o conjunto tombado de Brasília, o qual impõe limites que devem ser respeitados, adequando-se às normas. Tanto o Setor Comercial Local Sul (S.C.L.S.) e o S.C.L.N possuem o mesmo ideário e, assim, pertencem a um sistema integrado de Brasília, caracterizado pela organização formal de grupos que se constituem no todo. Por outro lado são produtos de épocas diferentes, possuindo tipologias distintas para um mesmo objeto, o Comércio Local. Este C.L.N, têm sua tipologia constituindo a rua com dez parcelas, cinco de um lado e cinco de fronte; são cinco blocos individuais para cada lado da rua comercial; são projeções de plantas iguais, quadradas e com 26 metros de lado. Contêm pavimento térreo para atividades comerciais, sobreloja e pavimento superior destinado a atividades múltiplas e ainda, subsolo optativo para lojas, depósitos independentes ou extensões do nível superior. Os blocos independentes, ou seja, autonômos entre si, diferentementes dos da asa sul, geraram maior variação arquitetônica. A atração visual é focada em cada elemento separadamente e, ou na perspectiva do conjunto a céu aberto. Acima, a direita, o mapa do Plano Piloto indica os Comércios Locais, da Asa Norte e Asa Sul. Com especial atenção o comércio da 412/413 N está circulado pela linha tracejada, vermelha, esclarecendo sua localização na cidade, das mais próximas ao lago Paranoá e beneficiada pelo Parque Olhos D’água. O Comércio Local Norte tem suscitado muitas soluções arquitetônicas. A escolha temática resulta da compreensão, de que tal simplicidade factual, um comércio local, fato urbano dos mais comuns, não impede, contudo, a incursão do pensar arquitetônico, apesar desse caráter aparentemente simples. O sistema viário entre os comércios locais é como eixo de simetria da composição urbana. A circulação de pedestres configura a malha de possibilidades espaciais variadas, pelo fato de que cada comércio dispor das quatro fachadas. A implantação dos edifícios na topografia de modo individual gerou diferença de níveis no espaço público, sendo comuns escadas nas entradas, que se configuram em barreiras e dificultam o deslocamento. No entorno do lote foi proposta uma praça que une as vias de pedestres existentes até então, resolvendo bem a mobilidade de forma a preservar a esquina arborizada existente no local. Esta gentileza urbana engloba um coreto na área verde que junto com uma arquibancada de mesas se torna um lugar de encontro e estar social. De acordo com o caimento do terreno, a parte mais baixa da topografia seria a quina da esquina arborizada onde a água pluvial que ali é recolhida por uma calha gera um espelho d’água. A pesquisa realizada para o desenvolvimento deste ante projeto levou em conta a maioria dos comércios locais entre as superquadras da Asa Norte de Brasília. Foi concluída pelo exame de três obras referenciais projetadas pelos arquitetos Fernando Castello Branco, Elvin Mackay Dubougras e Milton Ramos. A partir destes foram examinadas as questões problemáticas da racionalidade, da funcionalidade e da estética nessas tipologias . Mesmo nelas a qualidade arquitetônica é considerada a partir da indissociabilidade entre as três categorias vitruvianas, relevando a adequação e a harmonia até em edificações simples. |