Título: | Máquinas de fazer textos : análise clínica da organização do trabalho da taquigrafia |
Outros títulos: | Texts-manufacturing machines Máquinas de fazer textos |
Autor(es): | Fernandes, Gisele Sampaio |
Orientador(es): | Mendes, Ana Magnólia Bezerra |
Assunto: | Taquigrafia Organização do trabalho Psicodinâmica do trabalho Sofrimento psíquico |
Data de apresentação: | 2-Dez-2013 |
Data de publicação: | 16-Set-2014 |
Referência: | FERNANDES, Gisele Sampaio. Máquinas de fazer textos: análise clínica da organização do trabalho da taquigrafia. 2013. 52 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Especialização em Psicodinâmica do Trabalho)—Universidade de Brasília, Brasília, 2013. |
Resumo: | Trata-se de uma pesquisa realizada com os servidores de um departamento de taquigrafia do parlamento brasileiro embasada na teoria da psicodinâmica do trabalho e que se propôs a identificar os riscos de sofrimento patogênico no trabalho e se havia divisão hierárquica entre as três atividades desenvolvidas por esses taquígrafos: apanhamento, revisão e supervisão. Também se objetivou testar a hipótese de que os servidores do apanhamento taquigráfico encontravam-se em risco mais elevado de sofrimento. Para esse fim, foi aplicado o Inventário de Riscos de Sofrimento Patogênico no Trabalho (IRIS) e foram acrescidas questões demográficas e abertas com a finalidade de identificar se há percepção de diferença proveniente da divisão do trabalho e os sentimentos que essa divisão gera nos servidores. Não se detectou aumento do risco de sofrimento patogênico pelo inventário. A analise das respostas abertas foi capaz de desvelar mecanismos de defesa, destacando-se a negação, a projeção e a racionalização no enfrentamento do sofrimento no trabalho e foi possível constatar a percepção da divisão hierárquica entre as atividades exercidas pelos taquígrafos, assemelhando-se a uma estratificação piramidal, cuja base é ocupada pelos taquígrafos do apanhamento e o ápice pelos supervisores. Também se observa indícios da existência de uma ideologia defensiva coletiva que permite que os indivíduos submetam-se à sobrecarga de trabalho. A falta dos que adoecem sobrecarrega ainda mais os que se mantém em atividade, acarretando em isolamento e transferência da culpa dessa sobrecarga aos adoecidos. Não adoecer e trabalhar com dor parece fazer parte dessa organização do trabalho. |
Abstract: | This study is a survey with public servants from a shorthand department in the Brazilian parliament grounded upon the theory of psychodynamics of work, set out to identify whether there was a high risk of suffering from these servants and if there was any sort of hierarchical division between the three positions shorthands typists held: shorthands per se, revisors and supervisors. It also aimed to test the hypothesis that the shorthands, but not revisors nor supervisors, were at higher risk of suffering. To accomplish this objective, we applied the Inventory Risk of Pathogenic Suffering at Work (IRIS) and added demographic data and free form questions in order to identify how these servants feel and cope with their difficulties at work. The analysis found no increased risk of pathogenic suffering on shorthands typists. The open answers analysis unveiled defense mechanisms, specially denial, projection and rationalization that were used to cope with the suffering at work. There was a perception of a hierarchical division between the activities performed by shorthands, resembling a pyramid layering with shorthands on its basis and supervisors on its top. There was also evidence of the existence of a collective defensive ideology that allows individuals to submit themselves to work overload. The absence of sick servers implies an additional increase in tasks performed and results in isolation and transference of the guilt burden to those sickened. Not being sick and working with pain seems to be a part of this work organization. |
Informações adicionais: | Trabalho de Conclusão de Curso (especialização)—Universidade de Brasília, Instituto de Psicologia, Departamento de Psicologia Social e do Trabalho, IV Turma do Curso de Especialização em Psicodinâmica do Trabalho, 2013. |
Aparece na Coleção: | Psicodinâmica do Trabalho
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