Resumo: | A mortalidade por causas externas (CE) correspondem às lesões decorrentes de acidentes relacionados ao trânsito, afogamento, envenenamento, quedas ou queimaduras e violências como agressões/homicídios, suicídios, eventos cuja intenção é indeterminada, as quais impõem-se como importante desafio às autoridades de saúde pública. O estudo teve como objetivo descrever a mortalidade por CE no Distrito Federal (DF) e nos 22 municípios que compõem a Região Integrada de Desenvolvimento do Distrito Federal e Entorno (RIDE-DF), no período de 2008 a 2010. Trata-se de um estudo descritivo de série histórica da mortalidade por CE, baseado em dados secundários obtidos no Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM/SUS) disponíveis no Departamento de Informática do SUS (DATASUS), no período de 2008 a 2010. Um total de 45.715 óbitos de indivíduos residentes na RIDE-DF foram registrados no SIM/SUS durante o período de estudo. As doenças do aparelho circulatório encontram-se como a primeira causa de óbito (26,5%), seguida pelas CE (19,3%). A Microrregião de Unaí, a Região dos Pirineus e o Entorno Norte apresentam respectivamente, 2,5%, 3,5% e 6,7% do percentual de óbitos por esta causa durante o triênio estudado, enquanto que no Entorno Sul foi de 25,7% e no DF de, 61,6%. Os municípios de Formosa, Planaltina de Goiás, Águas Lindas de Goiás, Luziânia e Novo Gama apresentaram os maiores percentuais de mortalidade por estas causas. Com relação às CE específicas, ocuparam os quatro primeiros lugares as agressões, os acidentes de transporte, outras causas externas de lesões acidentais e as lesões autoprovocadas representando 47,6%, 27,8%, 16,8% e 6,1%, respectivamente. O coeficiente de mortalidade médio ajustado por agressões no sexo masculino foi de 70,6 óbitos/100.000 homens e no sexo feminino, de 5,7/100.000 mulheres no período estudado (RR=12,3). Verificou-se um aumento do risco de morrer por homicídios no sexo masculino na RIDE-DF como um todo de 9,0% e nas mulheres de 11,7% quando comparados os coeficientes dos triênios de 2008 a 2010 e o de 2002 a 2004. Com exceção do DF e o E. Norte que apresentaram uma redução (-2,3% e -9,6%, respectivamente) no risco de morrer no sexo masculino, as outras regiões apresentaram um incremento que variou de 7,4% na R. dos Pirineus até 41,4% no E. Sul. As mulheres apresentaram um incremento em todas as regiões que variou de 3,1% não E. Norte até 297% na M. Unaí. |