Resumo: | Introdução: A qualidade microbiológica dos alimentos minimamente processados está relacionada à presença de micro-organismos deteriorantes que irão influenciar as alterações sensoriais do produto durante sua vida útil. Neste sentido, a implantação de um sistema de garantia de qualidade em unidades que utilizam matéria-prima de origem vegetal é imprescindível, uma vez que o alimento está sujeito a diversas fontes de contaminação microbiana ao longo do seu cultivo e processamento. Assim, uma das formas de se obter alto padrão de qualidade dos alimentos é a implantação das Boas Práticas de Fabricação, com o objetivo de garantir as condições higiênico-sanitárias do alimento. Objetivo: Avaliar a adoção de Boas Práticas de Fabricação pelas agroindústrias produtoras de hortaliças minimamente processadas do Distrito Federal. Metodologia: A amostra foi selecionada a partir da lista de agroindústrias inscritas na Diretoria de Inspeção de Produtos de Origem Vegetal e Animal (DIPOVA) e produtoras de hortaliças minimamente processadas. Participaram efetivamente da pesquisa aquelas que forneceram autorização, totalizando cinco agroindústrias. O instrumento de avaliação utilizado foi a “Lista de Verificação das Boas Práticas de Fabricação em Estabelecimentos Produtores/Industrializadores de Alimentos” – RDC nº 275/2002. Resultados: Apenas as agroindústrias A e C foram classificadas no grupo 1 com 77% e 88% de itens conformes, respectivamente. As unidades B, D e E foram classificadas no grupo 2 e os blocos 1, 3 e 5, relativos à estrutura, manipulação e documentação, respectivamente, obtiveram destaque quanto à média do percentual de itens não conformes. Os principais problemas enfrentados pelas empresas visitadas são: práticas inadequadas de manipulação e armazenamento dos produtos alimentícios, higiene precária, acesso limitado à água potável de boa qualidade, localização em área rural, sem infra-estrutura adequada , equipamentos antigos e de difícil higienização, recursos financeiros escassos, problemas de ataques de pragas. Conclusão: Apesar dos problemas detectados, observou-se que há um esforço conjunto da EMATER, EMBRAPA e empresários para sua solução. As empresas estão buscando melhorias contínuas e a adoção de BPF está em implementação na maioria dos estabelecimentos. Há, contudo, necessidade de maiores incentivos e contratação ou apoio de profissionais da área capazes de auxiliar nesta tarefa. Desta forma, a implementação das BPF poderá garantir a segurança dos alimentos produzidos, sendo consideradas condições prévias de qualidade à segurança alimentar. |