A qualificação profissional garante emprego? : experiência dos alunos dos cursos do Plano Territorial de Qualificação no Distrito Federal (PLanTeQ/DF)

Abstract

O capitalismo contemporâneo articula o desenvolvimento das forças produtivas com a eliminação de postos de trabalho, este movimento é mais uma faceta da relação capitaltrabalho que, para atender às exigências da reestruturação produtiva, está gerando cada vez mais, elevados níveis de desemprego. As mudanças na base técnica da produção, como também às ocorridas nos processos de organização e gestão do trabalho, têm exigido a implementação de ações que visem modificar o perfil da formação profissional do trabalhador. Assim, surge no Brasil em 2003, o Plano Nacional de Qualificação (PNQ), na perspectiva da qualificação profissional como direito social, como política pública e elemento constitutivo da política de desenvolvimento sustentável. O PNQ tem como eixo de implementação, em todo território nacional, o Plano Territorial de Qualificação (PlanTeQ). Para melhor compreender os efeitos da política de qualificação no Distrito Federal (DF), realizei uma pesquisa de campo, com o objetivo de verificar “em que medida os cursos profissionalizantes promovidos pelo PlanTeQ/DF estão possibilitando aos alunos concluintes melhores condições de acesso ao mercado de trabalho. De uma população alvo, composta de 485 alunos concluintes, foram selecionados, estatisticamente, 123 alunos que responderam um questionário, elaborado com perguntas de múltiplas escolhas e abertas. Os resultados da pesquisa mostram que 88 alunos, equivalente a 72% do total dos pesquisados, continuam desempregados. Em relação ao aproveitamento geral do curso, 69% dos alunos afirmam que adicionaram novos conhecimentos aos currículos e 98% deles acham importante a iniciativa do governo oferecer reciclagem e qualificação profissional. A qualificação profissional, por si só, não cria emprego, representa um meio de preparação e, não a certeza de inserção ou reinserção dos desempregados no mercado de trabalho. Contudo, ela é de grande importância como estratégia para diminuir o desemprego, sobretudo, se houver mais empenho de sua articulação com as políticas sociais, em especial, as sócio-econômicas e de educação.