Resumo: | Introdução: nos últimos anos, a etiologia dos transtornos na saúde do trabalhador vem sendo atribuída não apenas a casos de intoxicações e epidemias, como também as condições e organização do trabalho que acabam gerando uma sobrecarga no sistema osteomuscular. Males da sociedade moderna, como a presença de sintomatologia osteomuscular ou Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho (DORT) tem adquirido expressiva relevância social, solicitando maiores investigações sobre sua distribuição, etiologia e impacto na capacidade funcional dos sujeitos. Objetivo: investigar a prevalência de sintomatologia osteomuscular e suas relações com o desempenho ocupacional de professores que lecionam no ensino médio público. Materiais e métodos: trata-se de um estudo transversal para determinação da prevalência de sintomatologia osteomuscular de professores que lecionam no ensino médio público de Ceilândia, Distrito Federal. Os sujeitos da pesquisa foram orientados a responder um questionário estruturado e autoaplicável contendo: questionário sobre os aspectos sociodemográficos e condições de trabalho dos professores; Questionário Nórdico de Sintomas Osteomusculares; Questionário de Disfunção do ombro, braço e mão (DASH). Resultados: Participaram do estudo 61 professores com idade média de 40,23 ± 8,39 anos, sendo a maioria (57,1%) do sexo masculino. As regiões corporais indicadas como as mais acometidas pelos sintomas osteomusculares, nos últimos 12 meses, foram: superior das costas (42,6%), inferior das costas (41,7%) e pescoço (39,3%). Quando investigada a capacidade funcional dos professores que apresentaram algum sintoma osteomuscular e os que não apresentaram, o primeiro grupo indicou maiores comprometimentos na realização de suas atividades cotidianas. Discussão: A prevalência de sintomas osteomusculares é atribuída a diversos fatores que fazem parte do cotidiano dos professores, dentre eles destacam-se: posturas inadequadas assumidas ao dar aula, posição bípede a maior parte do tempo, movimentação repetitiva principalmente em membros superiores, elevação dos ombros acima da cabeça, transporte de livros pesados dentro da escola e mobiliário inadequado das salas. Todos esses fatores contribuem para o aparecimento dos sintomas osteomusculares, que de forma geral interferem diretamente na realização das atividades cotidianas. Conclusões: A instalação de sintomas osteomusculares indica um desequilíbrio entre as exigências das atividades de trabalho e a capacidade dos professores em responder as demandas laborais, sem tempo adequado para a recuperação dessa musculatura. Nesse sentido, a compreensão da distribuição dos fatores que favorecem o aparecimento desses sintomas torna-se medida imprescindível para a prevenção de agravos e manutenção da saúde desses professores. ___________________________________________________________________________ ABSTRACT Introduction: In lately years, the etiology of disorders in Occupational Health has been attributed not just to cases of poisoning and epidemics, but also the conditions and organization of work ends up generating an overload on the skeletal muscle system. Illnesses of modern society, such as the presence of skeletal muscle symptoms or Work-Related to Musculoskeletal Disorders have acquired meaningful social relevance, requesting further investigation of its distribution, etiology and impact on the functional capacity of the subjects. Objective: To investigate the prevalence of skeletal muscle symptoms and its relationship with occupational performance of teachers who teach in public secondary education. Materials and methods: This is a cross-sectional study to determine the prevalence of skeletal muscle symptoms of teachers who teach in public high school in Ceilândia, located in Distrito Federal (DF). The subjects were asked to answer a structured, self-administered questionnaire containing: questionnaire on their sociodemographic characteristics and working conditions of teachers; Nordic Musculoskeletal Questionnaire; Disabilities of the Arm, Shoulder and Hand Questionnaire (DASH). Results: The study included 61 teachers with an average age of 40, 23 ± 8.39 years, with the majority (57.1%) males. The body regions indicated as the most affected by musculoskeletal symptoms in the past 12 months were: upper back (42.6%), lower back (41.7%) and neck (39.3%). When investigated the functional capacity of teachers who had some musculoskeletal symptoms and those who did not, the first group showed greater impairment in performing their daily activities. Discussion: The prevalence of musculoskeletal symptoms is attributed to several factors that are part of the daily lives of teachers , among them are: postures assumed to teach, bipedal position most of the time, especially repetitive movement of the upper limbs , elevated shoulders above his head, carrying heavy books within the school and inappropriate furnishing in the rooms. All these factors contribute to the onset of musculoskeletal symptoms, which normally interfere directly in performing daily activities. Conclusions: The installation of skeletal muscle symptoms indicates an imbalance between the demands of work activities and the ability of teachers to meet the labor demands without appropriate for this muscle recovery time. In this sense, understanding the distribution of the factors that favor the onset of these symptoms it is essential to disease prevention and health maintenance for these teachers. |