Resumo: | No Brasil, o cuidado em saúde da pessoa com deficiência, em especial o da pessoa surda, tem sido um grande desafio para a gestão e gerência do setor, principalmente no que concerne ao cumprimento dos princípios e diretrizes instituídos pela Lei 8080 de 1990, demais portarias e normas operacionais complementares, bases jurídicas para a formulação de políticas e programas específicos para este e demais segmentos da população. No âmbito científico, ainda são incipientes os estudos envolvendo a análise da utilização das ações e serviços de saúde pelo Surdo, que não sejam aqueles voltados para a saúde auditiva em si. Assim, o presente trabalho, que tem como local de pesquisa as unidades de saúde da região administrativa de Ceilândia - DF, busca identificar, através das percepções dos profissionais de enfermagem, como o ambiente das práticas de saúde das unidades básicas tem possibilitado o uso dos serviços pelo usuário surdo, considerando que este indivíduo, além de sua necessidade específica decorrente da condição de surdez, possui também necessidades de saúde comuns a todos os cidadãos. Para esta análise este trabalho utilizou o método de pesquisa descritiva com abordagem quantitativa e qualitativa. Os resultados demonstram que a maioria dos entrevistados (90,9%), apesar de conhecerem a Língua brasileira de Sinais (LIBRAS), não têm formação nesta língua o que tem requerido no momento do atendimento ao paciente surdo o uso de estratégias de comunicação verbal e não-verbal por parte dos enfermeiros e ainda o apoio de intérpretes para que o atendimento seja efetivado. Este trabalho não busca ser mais uma repetição do que já se sabe a respeito da in(ex)clusão da pessoa com deficiência nos serviços de saúde, embora traga em parte da sua essência uma realidade já conhecida. De uma maneira geral, acredita-se que as discussões aqui levantadas podem trazer reflexões relevantes sobre as potencialidades e fragilidades do serviço no que se refere ao cumprimento das políticas públicas de saúde e da integralidade da assistência no contexto da Atenção Primária em Ceilândia DF. |