Resumo: | Neste trabalho discute-se a relação entre o trabalho poético e a presença do povo na literatura brasileira, de acordo com a evolução da forma literária importada, bem como a formação do sistema literário brasileiro e a contribuição dos poetas e escritores para essa formação. Esse processo de evolução garante o entendimento da trajetória histórica da literatura, e do trabalho intelectual repleto de subjetividade e conotações que potencializaram a constituição de uma literatura brasileira com potencial de problematizar a realidade social e, consequentemente, de colocar em evidência as contradições para, assim, reunir em nossa literatura o singular ao universal. Desse modo, é possível perceber que as fases que formam a nossa literatura não são estanques, mas interligadas e dependentes, portanto, não lineares, mas contextualizadas justamente pelas contradições do tempo, da forma estética e do conteúdo. O nativismo, o nacionalismo, o indianismo, o romantismo abolicionista e o modernismo, sobretudo nas poesias de Mario Quintana, Alvarenga Peixoto, Gonçalves Dias, Castro Alves e Carlos Drummond de Andrade, compõem um contraditório percurso evolutivo, que teve que lidar, especialmente, com questões em torno do trabalho poético com as palavras em uma sociedade periférica, o poeta e seu outro, enfim, com os desafios da representação efetiva do povo no texto literário. |