Resumo: | As doenças cardiovasculares, além de prejudicarem a qualidade de vida do indivíduo, constituem-se como grande problema de saúde pública, provocando um exacerbado ônus econômico. Entre outras medidas, a avaliação nutricional completa é imprescindível para se estimar o risco de desenvolvimento de injúrias cardiovasculares, sendo a antropometria – aquisição de medidas de um indivíduo, com o intuito de compará-las com determinados padrões, e definir o estado nutricional do mesmo – uma das etapas mais importantes dessa avaliação. Estudos evidenciam que associação de determinados indicadores antropométricos com o risco de desenvolvimento de doenças cardiovasculares, o que sugere considerável relevância da avaliação antropométrica para a determinação do risco de doenças cardiovasculares na população. Este trabalho teve como objetivo avaliar, através de uma revisão da literatura nas bases científicas Pubmed, Lilacs e Scielo, a associação entre indicadores antropométricos e fatores de risco cardiovascular. Os resultados da análise dos artigos demonstraram que o IMC, embora tenha apresentado associação com as pressões arteriais sistólica e diastólica e triglicerídeos, nem sempre se correlaciona com outros fatores de risco cardiovascular. Em relação aos indicadores antropométricos que avaliam a adiposidade central, a ordem de melhor associação com fatores de risco cardiovascular foi: relação cintura-estatura > circunferência da cintura > índice de conicidade. A circunferência do pescoço apresentou resultados discretos, necessitando de mais estudos que investiguem esse indicador e sua associação com fatores de risco cardiovascular. Portanto, foi concluído que a razão cintura-estatura, entre os indicadores antropométricos avaliados, foi aquele que melhor apresentou associação com os fatores de risco cardiovascular considerados, seguida, nessa ordem, da circunferência da cintura e do índice de massa corporal. |