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Título: Nutrição e bioética nos cuidados paliativos
Autor(es): Cunha, Adriana Mendonça Bonadio
Orientador(es): Dutra, Eliane Said
Assunto: Tratamento paliativo
Doentes terminais - cuidado e tratamento
Terapia nutricional
Data de apresentação: 5-Out-2012
Data de publicação: 16-Out-2013
Referência: CUNHA, Adriana Mendonça Bonadio. Nutrição e bioética nos cuidados paliativos. 2012. 50 f. Monografia (Bacharelado em Nutrição)—Universidade de Brasília, Brasília, 2012.
Resumo: Introdução: Os cuidados paliativos representam uma modalidade especializada de atendimento a pacientes terminais. Essa disciplina contextualiza, simultaneamente, o tratamento da dor e de outros sintomas físicos, psicossociais e espirituais do doente. Os cuidados paliativos surgiram em resposta ao questionamento quanto ao modelo tradicional de tratamento ao paciente terminal, no qual a cura era o objetivo central, sem considerar, muitas vezes, o sofrimento, a dor e os valores do paciente e da sua família. Uma das doenças que mais frequente e rapidamente leva à terminalidade é o câncer, no qual o uso das terapias nutricionais e de hidratação receberam, aos poucos, enfoques diferentes e serve como modelo em situações similares. Progressivamente, o objetivo dessas terapias passou a ser não apenas sustentar a vida, mas promover o conforto e o bem-estar do paciente, de modo a deixá-lo participar das decisões em relação aos tratamentos que recebe. Com isso, surgiram também questões bioéticas importantes, relacionadas, por exemplo, à manutenção ou não de terapias sustentadoras diante da terminalidade eminente da vida. A bioética possui quatro princípios máximos: a autonomia, a beneficência, a não maleficência e a justiça. De acordo com esses princípios, o ser humano deve ser tratado com dignidade e respeito, o que aponta que as decisões em relação a qualquer terapia recebida, devem defender seus direitos e seus desejos. Dessa forma, mostra-se importante analisar o que a literatura científica traz de informações sobre cuidados paliativos, respeitando a bioética envolvida na atuação profissional, especialmente em relação à terapia nutricional e hidratação. Metodologia: Trata-se um estudo exploratório a partir de revisão bibliográfica não sistemática. Não houve restrição de tempo para a busca dos documentos e materiais bibliográficos analisados. A pesquisa foi realizada em livros e por meio de bibliotecas eletrônicas, tais como: Scielo Brasil, Lilacs, Pubmed e demais fontes de informação da literatura científica e técnica disponibilizados pela biblioteca virtual em saúde (http://regional.bvsalud.org/php/index.php). Para tal foram utilizados, principalmente, os descritores: “bioética”, “nutrição no câncer avançado”, “atenção nutricional no cuidado paliativo”, “pacientes terminais”, além de outros deles derivados ou diretamente associados. Os dados obtidos foram analisados, comparados e então relatados em conformidade com o tema central, com a inclusão do relato de três casos. Resultados: A maioria dos autores concorda que os cuidados paliativos são uma modalidade de atendimento que parece suprir as necessidades do paciente no fim da vida, visto que questionam o tratamento fútil, que tenta curar o paciente mesmo quando a situação é irreversível. Por outro lado, critica a prática da eutanásia, defendendo que as pessoas que pedem para morrer apenas o fazem por não receber cuidados paliativos adequados. Em relação à nutrição e à hidratação, considera-se que essas terapias devem fornecer bem-estar ao paciente e que ele deve escolher se deseja ou não receber a terapia proposta. A alimentação oral não restritiva é a melhor forma para se tratar o doente terminal, visto que ele deve consumir o que deseja enquanto tem condições para tal. Caso não seja viável a utilização de alimentação oral, a utilização de sondas deve ficar a critério do paciente e/ou de sua família, visto que muitos pacientes não desejam passar seus últimos dias de vida conectados a sondas e restritos ao leito. Há alguns autores que defendem que a suspensão da alimentação pode fornecer benefícios, como a diminuição de sobrecarga de proteínas, protegendo os rins. Outros, porém, argumentam que a suspensão da alimentação reduz significativamente a sobrevida podendo provocar mal-estar. Em se tratando da hidratação, alguns trabalhos defendem que a hidratação é necessária para evitar agonia, delírios e outros sintomas físicos desagradáveis. Entretanto há os que defendem que a desidratação pode gerar alguns benefícios como a diminuição do volume urinário, permitindo a retirada das incomodas sondas urinárias. Em suma, sugere-se que os cuidados devem sempre beneficiar o paciente e serem cautelosos quanto à sua relação causa-efeito. Para isso, grande parte dos autores defende que é necessário respeitar quatro princípios bioéticos: a autonomia, a beneficência, a não maleficência e a justiça. Quando esses princípios são cautelosamente levados em conta ao se decidir por qualquer tipo de assistência ao paciente terminal, a dignidade e o respeito ao paciente são afirmados, humanizando o cuidado no fim da vida. Conclusão: Conclui-se que os cuidados paliativos são uma modalidade de assistência ao paciente terminal que é considerada adequada pela maioria dos autores estudados. Quanto à alimentação e a hidratação, a literatura conta com opiniões diversas, sendo que cada autor defende o que acha que pode levar mais benefícios ao paciente. Independentemente da linha de pensamento ou da terapia escolhida, a equipe profissional assistente deve tratar o paciente terminal não apenas com os procedimentos técnicos pertinentes, mas com dignidade e respeito a seus valores. A tomada de decisões quanto a melhor estratégia nutricional e hidratação, ou mesmo a sua suspensão, na vigência dos cuidados paliativos, deve se pautar tanto pelos princípios bioéticos quanto pelo respeito às decisões do paciente e sua família.
Informações adicionais: Monografia (graduação)—Universidade de Brasília, Departamento de Nutrição, 2012.
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