Resumo: | O estudo mostra uma visão geral sobre a saúde do homem, questões de masculinidade e vulnerabilidade, com o objetivo de compreender como a percepção de masculinidade influencia no autocuidado após um infarto agudo do miocárdio nos homens entrevistados. Trata-se de uma pesquisa qualitativa, com entrevistas semiestruturadas com ênfase nas mudanças das práticas de saúde antes e depois do infarto, as percepções sobre autocuidado, autonomia e masculinidade. A análise das entrevistas foi a partir do método de análise do conteúdo que possibilitou a identificação de questões culturais construídas socialmente que, por vezes, impedem os homens de cuidar de sua saúde e procurar os serviços de saúde. Foram entrevistados oito homens que tiveram infarto agudo de miocárdio identificados na área de abrangência do Centro de Saúde nº 4 de Ceilândia-DF. As falas, em geral, demonstram que os homens após o infarto mudaram hábitos do cotidiano, na vida profissional, na alimentação, nas atividades físicas, no lazer, na autonomia, na saúde sexual atribuídas ao gênero masculino. Mas estas mudanças não foram decisivas para que os mesmos percebessem a necessidade de reorientar questões relacionadas ao comportamento, pois entendiam que não era preciso mudar mais. Chama a atenção o fato dos entrevistados nas suas falas não estabelecerem relações entre o infarto com os fatores de risco e os modos de vida dos homens que contribuem com o aparecimento de doenças graves, como por exemplo, a não procura por serviços para prevenção, a visão de gênero que o homem é o sexo forte, o uso de álcool e cigarro, o sentimento de ser o único responsável pela manutenção da família e o sedentarismo. |