Resumo: | A assistência obstétrica no Brasil prevalecia nos domicílios até início do século XX, porém com o grande número de mortalidade materna e neonatal que ocorria, o parto passou a ser hospitalizado, tornando-se assim, um procedimento médico. A tecnologia passou a ser central nesse processo, e por consequência, muitas intervenções desnecessárias tornaram-se procedimentos de rotina. Contrapondo-se ao modelo mecanicista, o Ministério da Saúde criou programas e ações como o Programa Rede Cegonha. Nesse sentido, a produção científica necessita ser ampliada na área de atenção ao parto, com estudos que investigam em que medidas esse modelo de humanização do parto e nascimento está sendo implementado e como tem sido a experiência no parto das usuárias do Sistema Único de saúde (SUS). Utilizando um delineamento qualitativo, e entrevistas semiestruturadas, como técnica de coleta de dados, este trabalho buscou identificar como as mulheres que tiveram seus partos na rede pública de saúde do Distrito Federal percebem a qualidade da assistência durante o parto; investigar se essas mulheres foram submetidas a ações constrangedoras ou desrespeitosas; assim como quais os fatores que influenciaram na assistência ao parto e se tiveram acesso à informação sobre seus direitos no parto. Os resultados foram obtidos a partir do relato de dez mulheres, que tiveram partos no SUS e compuseram a amostra deste trabalho. Cinco das mulheres tiveram atenção na em uma casa de parto, e as outras cinco em diferentes hospitais. Nos resultados identificou-se que a maioria das mulheres tiveram experiências positivas, e foram respeitadas, tiveram acompanhantes e uma assistência de qualidade. Identificou-se que as informações recebidas no pré-natal e no parto, a presença do acompanhante, a assistência obstétrica, as experiências dos partos anteriores, o respeito à parturiente e o desfecho do parto influenciaram na experiência e percepção do parto. Os resultados deste estudo possibilitaram uma reflexão acerca da assistência ao parto no Sistema Único de saúde no DF. |