Resumo: | Estar saudável é, frequentemente, associado à ausência de doença, no entanto, muitas pesquisas já demonstraram que a experiência de estar com saúde não está restrita apenas a essa dimensão (HELMAN 2009, SCLIAR 2007). Acredita-se que o médico, desde a sua formação acadêmica, deve ser estimulado a considerar o paciente como um ser biopsicossocial - em sua integridade física, psíquica e social. Sendo imprescindível a presença do tema relação médico-paciente durante toda a formação do profissional, bem como a inserção da abordagem interdisciplinar (CAPRARA, 2004). Com isso, se faz necessário uma interação entre os diversos setores que lidam com a saúde, incorporando também elementos das ciências humanas. Dessa forma, este trabalho buscou discutir a clínica médica, sua origem e pressupostos e observar sua transformação ao longo do tempo. Além disso, pretendeu-se observar um caso particular de clínica médica que acontece no Centro Multidisciplinar do Idoso, localizado no Hospital Universitário de Brasília, que tem como proposta a incorporação da noção ampliada de saúde, por meio de um atendimento multiprofissional. Este trabalho se formou a partir da revisão bibliográfica sobre os temas pertinente, além de uma pesquisa, desenvolvida por meio do método etnográfico, da relação médico-paciente no Centro Multidisciplinar do Idoso – CMI do HUB, utilizando técnicas como a "observação participante", entrevistas estruturadas e semi-estruturadas e estudo de caso. Realizou-se entrevistas com alguns membros da equipe multiprofissional (o médico – chefe do CMI, a terapeuta ocupacional, a assistente social, o fisioterapeuta, a psicóloga social, a psicóloga neurocognitiva e a dentista) além de duas acompanhantes e dois pacientes das quais informações foram coletadas acerca da maneira como eles percebem, avaliam e participam do atendimento no CMI. E, por fim, foram realizadas a análise e discussões dos dados. |