Resumo: | A criação de políticas públicas de saúde deve ter como pressuposto o conhecimento sobre a forma como as pessoas entendem e vivenciam essas políticas. Nesse sentido, a intenção deste trabalho é analisar as representações sociais de pessoas que viveram diferentes políticas de saúde no Brasil acerca das mesmas, ou melhor, analisar como idosos, localizado na cidade de Samambaia, DF, entendem os sistemas de saúde e suas transformações ao longo do tempo. As duas pessoas sujeitos deste trabalho fazem parte da terceira idade, isto é, que viveram a maioridade na época da ditadura, pois se pretende analisar como eles compreenderam a passagem de um sistema oficial de saúde para outro. Para tanto, o cenário e evolução das políticas públicas de atenção à saúde brasileiras foram brevemente analisadas em um panorama como forma de contextualização para a pesquisa, na qual foram utilizadas técnicas do método etnográfico, como a entrevista em profundidade e o estudo biográfico. As histórias de vida dos sujeitos da pesquisa revelaram um cenário heterogêneo, onde suas cidades de origem revelam condições de vida diversas e a vida em Brasília significando diferentes mudanças de vida. O direito à saúde é menos pensado e mais vivido por essas pessoas, sendo mesmo existente o conhecimento da lei a falta de acesso ao sistema se torna um empecilho para o entendimento do direito. Por mais que tenha havido uma diferença ideológica e legal com relação aos direitos da população e aos deveres do Estado, essa mudança só é realmente presente no entendimento dos sujeitos no momento em que eles vivem essa mudança, ou seja, com relação a políticas de acesso como a de medicamentos. Com relação a outros serviços, por haver problemas de efetividade, muitas vezes os sujeitos tiveram dificuldade em notar diferenças entre os serviços no período da ditadura militar e o SUS. |