Resumo: | O acidente vascular encefálico (AVE) é uma síndrome neurológica frequente em adultos e representa uma das maiores causas de mortalidade em todo o mundo. A idade que vai dos 20 aos 59 anos representa uma fase de intensa atividade produtiva. A frequente ocorrência do AVE e a elevada taxa de morbimortalidade em pacientes jovens, tem gerado grande impacto individual e socioeconômico nessa população economicamente ativa. Além dos óbitos, dos custos hospitalares e previdenciários, a perda de autonomia entre adultos e a sua consequente dependência são outras formas de expressão da gravidade das incapacidades resultantes do AVE. A recuperação e o processo de adaptação à nova condição variam de cada indivíduo, dependendo também do socorro prestado no momento do acidente, da gravidade da lesão e do envolvimento com a reabilitação. O presente trabalho trata de um estudo de caso, de corte transversal, com abordagem qualitativa, cujo objetivo foi conhecer o processo de adaptação nas principais áreas de ocupação de um adulto acometido por um AVE e verificar dentro dos papéis ocupacionais o ajustamento pessoal, adequações ambientais e as tecnologias assistivas desenvolvidos pelo indivíduo ou indicadas por um profissional ao longo do processo de adaptação decorrente de um AVE. Foi utilizada a Escala de Barthel para avaliação do desempenho funcional; a Lista de Identificação dos Papéis Ocupacionais para avaliar dados sobre a percepção do indivíduo quanto à sua ocupação ao longo de sua vida e um Roteiro de entrevista Semiestruturada que visou colher dados sociodemográficos e trouxe questões referentes ao processo de adaptação pós AVE. Foi feita a análise descritiva dos dados referentes à Escala de Barthel e à Lista de Identificação dos Papéis Ocupacionais e foi utilizado a Análise do Conteúdo para a entrevista Semiestruturada. Os resultados mostram que a paciente do sexo feminino que sofreu um AVE aos 43 anos, conseguiu se adaptar bem às demandas impostas pelo AVE, porém, a principal queixa foi relacionada ao desempenho de atividades de autocuidado, referente ao cuidado com os cabelos, pois é a única atividade que não foi adaptada e que ela ainda necessita de auxílio, foram confeccionadas várias adaptações, principalmente para as AVDs, a paciente fez uso de dispositivos como muletas, órteses e cadeira de rodas. Conclui-se que quando pessoas jovens são acometidas por um AVE sofrem perdas em vários ambitos da vida. A pessoa se vê limitada e muitas vezes incapacitada, com perdas significativas que talvez nunca serão recuperadas. Essas incapacidades geram uma necessidade de se adaptar a uma nova forma de vida, por isso verificou-se que a adaptação à incapacidade é um processo individualizado, pois a gravidade da incapacidade não é o principal fator de influencia a adaptação do indivíduo. _________________________________________________________________________ ABSTRACT Stroke is a neurological syndrome very common in adults and one of the major causes of mortality in the world. The age ranging from 20 to 59 represents a phase of intense productive activity. The frequent occurrence of stroke and high rate of morbidity and mortality in young patients, has generated great socio-economic impacts on that economically active population. In addition to the deaths, hospital costs and social security, the loss of autonomy among adults and their consequent dependence are other ways of expressing the severity of disabilities resulting from stroke. The recovery and the process of adaptation to the new conditions vary for each individual, depending also on the rescue at the time of the accident, the severity of the injury and involvement with rehabilitation. This paper is a case study, cross-sectional, qualitative approach, whose the main goal was a better understanding of the process of adaptation in key areas of occupation of an adult affected by a stroke and verify within the occupational roles the personal adjustment, environmental adaptations and different forms of assistive technology developed by the individual or by a specified professional throughout the process of adaptation resulting of a stroke. The Barthel Scale was used for performance evaluation; The Role Checklist to evaluate informations about the perception of the individual about his occupation throughout his life and semi-structured interviews to gather demographic data and brought issues referring to the process of adaptation after stroke. The analysis of the information obtained by the Barthel Scale e the Role Checklist was made and was used the Content Analysis for the semistructured interview. The results show that a female patient who suffered a stroke at age 43, was able to adapt well to the demands imposed by stroke, however, the main complaint was related to the performance of self-care activities, relating to hair care, it is the only activity that was not suitable and that she still needed assistance, several adjustments were made, mainly for the activities of daily living (ADL), the patient made use of devices such as crutches, braces and wheelchairs. We conclude that when young people are affected by a stroke suffer losses in several walks of life. The person sees limited and often incapacitated with significant losses that may never be recovered. These disabilities generate a need to adapt to a new way of life, so it was found that adaptation to disability is an individualized process, because the severity of the disability is not the main factor influencing the individual's adaptation. |