Resumo: | As altas temperaturas encontradas no Brasil afetam diretamente a produção animal e podem deixar os animais mais susceptíveis a doenças. Sabe-se que o calor excessivo causa diminuição na ingestão de alimentos e distúrbios no metabolismo de proteínas, energia, balanço mineral, reações enzimáticas, secreções de hormônios e metabólitos no sangue. Todos esses fatores afetam negativamente a produção gerando perdas econômicas para o produtor. Uma das alternativas é a utilização de animais adaptados ou tolerantes às condições ambientais. Este trabalho teve o objetivo de analisar a resposta fisiológica desses animais e sua tolerância ao calor. Foram utilizados 15 animais (machos inteiros de aproximadamente dois anos de idade) de cada raça (Nelore, Pantaneira e Curraleira Pé Duro). Foram registradas as frequências cardíacas e respiratórias, temperatura retal e superficial dos animais e do chão aproximadamente às 8h30 e às 15h30 por três dias consecutivos. Para obtenção das temperaturas superficiais dos animais e do chão foram utilizadas imagens termográficas obtidas por meio de uma câmera infravermelha. As análises estatísticas foram feitas através do pacote estatístico Statistical Analysis System (SAS). A análise de variância demonstrou que pelo menos um fator de ambiente ou mais teve efeito sobre as temperaturas da área, axila, cabeça, pescoço, soldra e garupa. Houve interação entre a raça do animal e os parâmetros fisiológicos e raça com as temperaturas superficiais, demonstrando que os grupos tiveram respostas diferentes às condições ambientais, mas também houve diferenças nas respostas entre animais dentro do mesmo grupo. As correlações entre temperatura ambiental com todas as temperaturas superficiais foram altas e positivas. A raça Curraleira Pé Duro teve a menor média de temperatura retal e foi a única raça que se manteve dentro da faixa recomendada para bovinos (36,7 a 39,1 °C). Diferenças significativas entre os grupos genéticos demonstraram que esse fator afetou significativamente a resposta do animal à tolerância ao calor. A imagem termográfica pode ser utilizada para avaliar o estresse térmico pela sua correlação com a temperatura retal. Os melhores pontos para se avaliar são pescoço, garupa e área. Animais curraleiros apresentaram as menores temperaturas retais e superficiais em todos os dias e períodos sendo os animais que menos sofreram com o clima observado no estudo, podendo ser considerada a raça mais adaptada. ____________________________________________________________________________ ABSTRACT The high temperatures found in Brazil directly affect livestock and can make animals more susceptible to disease. Excessive heat causes a decrease in food intake as well as disturbances in the metabolism of protein, energy, mineral balance, enzymatic reactions, secretion of hormones and metabolites in blood. Resulting in economic losses for the farmer. One alternative is the use animals adapted or tolerant to environmental conditions. This study aimed to analyze the physiological response of animals and their heat tolerance. Fifteen animals (males approximately two years of age) of three breeds (Nellore Pantaneira and Curraleira Pé Duro) were used. We recorded heart rates and respiratory rates, rectal and as well as surface temperature animals and the ground at approximately 8:30 am and 15:30 for three consecutive days. The surface temperatures of animals and ground thermographic images obtained by an infrared camera were used. The statistical analyzes were performed using Statistical Analysis System (SAS). The analysis of variance showed that least one or more environmental factors had an effect on the temperature of the area, armpit, brain, neck, soldra and rump. The breed affected the physiological parameters and surface temperatures showing that the groups had different responses to environmental conditions, but there were also differences in responses between animals within the same group. The correlations between environmental temperatures with all surface temperatures were high and positive. The Curraleiro Pé Duro had the lowest average temperature, and was the only breed that kept within the recommended range for cattle (36.7 to 39.1 ° C). Significant differences between the genetic groups demonstrated that this factor significantly affected the response of the animal to heat tolerance. Thermographic images can be used to evaluate heat stress. The best points to evaluate the animal included rump and area. The Curraleiro animals had the lowest rectal temperatures and surface on all days and times, with fewer animals that suffered with the climatic conditions found in the study and so can be considered best adapted. |