Utilize este link para identificar ou citar este item: https://bdm.unb.br/handle/10483/42713
Arquivos neste item:
Arquivo Descrição TamanhoFormato 
2025_ViniciusDavidLopesMartins_tcc.pdf1,8 MBAdobe PDFver/abrir
Título: Discursos do terror: repressão, linguagem e legitimação na ditadura argentina (1976–1983)
Autor(es): Martins, Vinícius David Lopes
Orientador(es): Torres, Mateus Gamba
Assunto: Ditadura militar
Argentina
Argentina - política e governo
Ditadura - Argentina
Data de apresentação: 24-Jul-2025
Data de publicação: 4-Dez-2025
Referência: MARTINS, Vinícius David Lopes. Discursos do terror: repressão, linguagem e legitimação na ditadura argentina (1976–1983). 2025. 60 f., il. Trabalho de Conclusão de Curso (Licenciatura em História) — Universidade de Brasília, Brasília, 2025.
Resumo: Esta monografia busca analisar os mecanismos de legitimação e os paradoxos ideológicos do regime militar argentino instaurado com o golpe de 1976, com especial atenção aos primeiros anos do Processo de Reorganização Nacional. O estudo investiga as justificativas e as inconsistências do regime militar, bem como as táticas de terror utilizadas para impor controle sobre a população. Argumenta-se que, apesar da pretensão de se apresentar como um governo de ordem e moralidade, o regime baseou-se em inconsistências ideológicas e estratégias contraditórias, especialmente no âmbito econômico e na "guerra anti-subversiva". A pesquisa demonstra como o apoio de setores empresariais, da Igreja Católica e, inicialmente, dos Estados Unidos, foi crucial para a ascensão do golpe, mas as ações do regime, como sequestros, torturas e desaparecimentos, revelaram a desumanização das vítimas e a normalização da violência. Identificam-se contradições internas no próprio regime, como disputas entre as Forças Armadas, a adoção de uma política econômica híbrida e o uso difuso do termo “subversivo” para justificar práticas de terrorismo de Estado. A partir de fontes como documentos da Junta Militar e capas do jornal Clarín - e fundamentado em autores como Pilar Calveiro, Hannah Arendt, Eric Hobsbawm, Marcos Novaro e Vicente Palermo, observa-se como se construiu uma narrativa que naturalizou a ruptura democrática e silenciou resistências. A análise revela que, embora o regime argentino se inspirasse em projetos totalitários do século XX, suas limitações estruturais, ideológicas e contextuais impediram a realização de um controle pleno da sociedade. Tal superestimação da capacidade de controle total e a subestimação da repercussão internacional das violações de direitos humanos, aliadas a conflitos internos nas Forças Armadas, contribuíram para a derrocada do regime.
Abstract: This monograph aims to analyze the mechanisms of legitimation and the ideological paradoxes of the Argentine military regime established with the 1976 coup, with particular focus on the early years of the National Reorganization Process. The study investigates the justifications and inconsistencies of the military government, as well as the terror tactics employed to impose control over the population. It argues that, despite its intent to present itself as a government of order and morality, the regime was founded on ideological inconsistencies and contradictory strategies, especially in the economic sphere and in its so called "anti-subversive war." The research demonstrates how support from business sectors, the Catholic Church, and, initially, the United States was crucial to the coup’s rise, but the regime’s actions - such as kidnappings, torture, and forced disappearances - revealed the dehumanization of its victims and the normalization of violence. Internal contradictions within the regime are also identified, such as disputes among the Armed Forces, the adoption of a hybrid economic policy, and the broad use of the term "subversive" to justify practices of state terrorism. Drawing on sources such as official documents from the Military Junta and newspaper covers from Clarín - and grounded in authors like Pilar Calveiro, Hannah Arendt, Eric Hobsbawm, Marcos Novaro, and Vicente Palermo - this study examines how a narrative was constructed to naturalize the democratic rupture and silence resistance. The analysis reveals that, although the Argentine regime was inspired by 20th-century totalitarian projects, its structural, ideological, and contextual limitations prevented the full realization of social control. This overestimation of its capacity for total control, combined with the underestimation of the international repercussions of human rights violations and internal conflicts within the Armed Forces, contributed to the regime’s collapse.
Informações adicionais: Trabalho de Conclusão de Curso (graduação) – Universidade de Brasília, Instituto de Ciências Humanas, Departamento de História, 2023.
Licença: A concessão da licença deste item refere-se ao termo de autorização impresso assinado pelo autor que autoriza a Biblioteca Digital da Produção Intelectual Discente da Universidade de Brasília (BDM) a disponibilizar o trabalho de conclusão de curso por meio do sítio bdm.unb.br, com as seguintes condições: disponível sob Licença Creative Commons 4.0 International, que permite copiar, distribuir e transmitir o trabalho, desde que seja citado o autor e licenciante. Não permite o uso para fins comerciais nem a adaptação desta.
Aparece na Coleção:História



Todos os itens na BDM estão protegidos por copyright. Todos os direitos reservados.