A animação entre o documental e o artístico na representação de relatos de violência contra a mulher

Abstract

Este trabalho busca analisar o uso da animação em narrativas não-ficcionais, com ênfase em documentários, investigando seu papel ambíguo na interseção entre o fictício e o documental. O foco temático do produto proposto recai sobre a representação de relatos de violência contra a mulher, especificamente a violência obstétrica, por meio da animação. A pesquisa inclui uma memória detalhada do processo de produção do curta-metragem animado A Pior dor que há (2024), inspirado no livro “A dor mais doída: relatos de violência obstétrica”, de autoria da jornalista Caira Lima. Neste contexto, são debatidos os desafios éticos e estéticos de transpor a dor alheia para o audiovisual, a valorização da animação no cinema documental e a luta contra o estigma do gênero infantil, bem como as estratégias artísticas e técnicas envolvidas na representação de relatos de violência contra a mulher, destacando-se a abstração visual e a universalização da trama. Também foi estruturado o caminho metodológico empregado para a realização do produto audiovisual utilizando a técnica de stop motion, desde a etapa de pré-produção até a finalização.