Uso de medicamentos por idosos atendidos para dependência química de álcool e outras drogas em um centro de atenção psicossocial : análise das prescrições e perfil dos usuários

Abstract

Introdução: Vem-se observando uma crescente no uso de álcool e outras drogas por pessoas com 50 anos ou mais, acompanhando o envelhecimento populacional. Em 2021, o Brasil registrou 38,4 mil atendimentos a pessoas com 60 anos ou mais com transtornos mentais e comportamentais devido ao uso do álcool e outras drogas.Objetivos: Analisar o perfil sociodemográfico e farmacoterapêutico de pessoas com 60 anos ou mais que fazem/faziam uso de álcool e outras drogas atendidos em um CAPs AD III no Distrito Federal. Métodos: Foi realizado um estudo transversal, exploratório, descritivo, retrospectivo com abordagem quantitativa. O perfil sociodemográfico e farmacoterapêutico foi identificado a partir dos prontuários disponíveis no serviço. A análise ocorreu por meio de estatística descritiva, os resultados das variáveis categóricas foram apresentados por meio de frequência relativa e/ou absoluta, enquanto os dados numéricos foram apresentados por média ± desvio padrão. Resultados: Dos pacientes considerados, 83,75% eram homens, com média de idade de 64±4,46 anos, de baixa escolaridade, casados (43,75%) e que residiam com algum familiar (62,5%). O principal motivo de procura ao CAPs foi para o tratamento do uso abusivo de álcool (57,69%), por demanda espontânea (42,5%). O número médio de medicamentos por prescrição foi de 2,87±1,64, com predominância da Naltrexona (17,4%), em 39 prontuários. Dos medicamentos prescritos, 23,53% eram potencialmente inapropriados para idosos. Conclusão: O uso de medicamentos pela população idosa deve ser cauteloso, levando em consideração comorbidades, alterações metabólicas e uso de outros medicamentos.