Utilização de agonistas dos receptores de GLP-1 e seu efeito cardioprotetor

Abstract

Diabetes Mellitus tipo 2 (DM2) é uma das doenças metabólicas globalmente prevalentes cuja fisiopatologia envolve um padrão de resposta diminuído à insulina por parte dos tecidos periféricos. Dentre os medicamentos utilizados atualmente para o tratamento dessa condição, tem-se os agonistas dos receptores de peptídeo-1 semelhante ao glucagon (GLP-1), fármacos que atuam de maneira análoga ao hormônio incretínico GLP-1 capazes de aumentar a liberação de insulina pelas células beta do pâncreas. Essa classe também tem demonstrado considerável redução de mortalidade relacionada a doenças cardiovasculares, cooperando efetivamente no tratamento e prevenção de eventos cardiovasculares. Dadas as circunstâncias, este trabalho consiste em uma revisão integrativa de literatura que gerou conhecimentos acerca dos efeitos cardioprotetores dos agonistas dos receptores de GLP-1, questionando assim os mecanismos envolvidos, os marcadores biológicos que evidenciam a cardioproteção e os principais medicamentos da classe utilizados em pacientes com DM2. O medicamento mais frequente nos estudos foi a liraglutida, presente em 50% dos estudos primários; os principais biomarcadores observados foram hemoglobina glicada (HbA1c), índice de massa corporal (IM), pressão arterial sistólica e diastólica (83,3%) e colesterol LDL (LDL-C), triglicerídeos (TG), frequência cardíaca (FC) (66,7%). Dentre os efeitos observados, os agonistas dos receptores de GLP-1 apresentam seu efeito cardioprotetor pela redução na ocorrência de eventos cardíacos adversos maiores (MACE) e de morte cardiovascular, envolvendo ainda a redução da circunferência abdominal, perda de peso corporal, redução da glicemia de jejum, da hemoglobina glicada e do IMC.