Percepções sobre quiet quitting : um estudo com colaboradores de uma cooperativa de crédito

Abstract

O termo quiet quitting (ou demissão silenciosa em português) ganhou popularidade nas redes sociais no período pós-pandêmico da COVID-19, emergindo como um fenômeno que despertou o interesse das novas gerações e se tornou um desafio para gestores e profissionais de recursos humanos. O tema gerou tanto defesas quanto críticas sobre essa forma de desengajamento no ambiente de trabalho. O quiet quitting é um ato que reflete a personalidade do colaborador ou o ambiente de trabalho? As múltiplas interpretações sobre o tema abrangem desde análises políticas até debates sobre o bem-estar psicológico dos trabalhadores em seus ambientes profissionais. Independentemente da abordagem, a demissão silenciosa virou um tema de destaque quando o assunto engajamento é discutido. Este estudo buscou investigar, no contexto específico de colaboradores de uma cooperativa de crédito, a ocorrência concreta do quiet quitting em uma rotina organizacional real. Por meio de uma abordagem qualitativa, constatou-se que o fenômeno não se restringe ao ambiente virtual, mas manifesta-se efetivamente na realidade dos participantes e seus colegas de trabalho. Os resultados indicam que os entrevistados percebem o quiet quitting como um fator que impacta negativamente o desempenho organizacional e corrói a cultura da cooperativa. Ao mesmo tempo, os participantes sugerem que uma revisão no planejamento estratégico poderia evitar a demissão silenciosa. A pesquisa confirma, portanto, que esse fenômeno globalizado, inicialmente difundido em contextos do norte global, apresenta manifestações tangíveis no cenário organizacional analisado, contribuindo para a compreensão de suas particularidades em um ambiente cooperativista local.