Fatores associados à autopercepção vocal de professores de ensino fundamental

Abstract

Objetivo: Analisar a relação entre a autopercepção vocal e os fatores de risco relacionados à constituição individual, à inserção no ambiente de trabalho e ao uso de voz no processo de trabalho, em professores das séries iniciais do ensino fundamental. Método: Participaram do presente estudo 119 professores de escolas do 1º ao 5º anos do ensino fundamental do Distrito Federal e entorno, com idade média de 42 anos e oito meses, sendo 108 do gênero feminino e 11 do gênero masculino. Os participantes responderam a Escala de Sintomas Vocais, o Índice de Fadiga Vocal, o Índice de Triagem de Distúrbios da Voz, e um questionário elaborado pelos autores com perguntas sobre os fatores de risco para os distúrbios vocais relacionados ao trabalho. Utilizou-se a regressão linear múltipla para previsão dos escores dos protocolos de autoavaliação. Resultados: Possuir frequentemente inflamação na garganta, não realizar acompanhamento fonoaudiológico e não praticar atividade física foram previsores da autopercepção de sintomas vocais (p<0,001; R2=0,324). Falar por longos períodos, dificuldade para ouvir ou diagnóstico de perda auditiva, e local de trabalho com ventilação insuficiente foram previsores do escore de triagem vocal (p<0,001; R2=0,391); e, inflamação na garganta foi previsor da autopercepção de fadiga vocal (p<0,001; R2=0,160). Conclusão: Sintomas de voz e fadiga foram previstos por questões relacionadas à constituição individual, enquanto na triagem vocal, os distúrbios vocais foram previstos por fatores de constituição individual associados a questões de processo e ambiente de trabalho.