Acurácia da fórmula de Johnson na predição do peso ao nascer em filhos de gestantes atendidas no Hospital Universitário de Brasília

Abstract

Objetivo: Determinar a margem de erro da Fórmula de Johnson para estimar o peso neonatal ao nascimento e se essa margem se mantém dentro dos limites usualmente aceitos para a avaliação ecográfica, ao redor de 10%. Avaliar se as variáveis Índice de Massa Corpórea (IMC), altura do fundo uterino (AFU), paridade, idade gestacional e variação entre profissionais com nível de experiência diferente interferem na acurácia da Fórmula de Johnson na predição do peso ao nascer. Métodos: Estudo observacional prospectivo com 150 gestantes entre 37 e 42 semanas. A estimativa do peso fetal foi realizada pela Fórmula de Johnson, a partir da aferição da altura uterina e do grau de descida da cabeça fetal. A acurácia foi avaliada por erro percentual e absoluto, com análise estatística por regressão linear múltipla e ANOVA univariada (p < 0,05). Resultados: A média da margem de erro percentual foi de 10,25% (±8,99%), com erro absoluto médio de 316g (±250,8g). A acurácia foi alta (erro <10%) em 60,7% dos casos e moderada (erro <15%) em 76%. Paridade (p = 0,035) e idade gestacional (p = 0,001) associaram-se à redução do erro. Não houve impacto significativo do IMC materno ou da variação entre diferentes avaliadores. A margem de erro foi maior em recém-nascidos com baixo peso (p < 0,05). Conclusão: A Fórmula de Johnson apresentou desempenho comparável ao da ultrassonografia, com erro médio em torno de 10%. Em termos de acurácia, observou-se erro inferior a 15% em 76% das pacientes examinadas. Não foi observada diferença na margem de erro em relação às variáveis Índice de Massa Corpórea, altura de fundo uterino ou variação entre observadores. As variáveis Idade Gestacional e Peso Neonatal ao Nascer tiveram correlação inversa significativa, pois o erro diminuiu conforme essas aumentavam(p<0,05).