Mapeamento das caracteristicas econômico-financeiras das micro e pequenas empresas do Distrito Federal (2016 a 2021)

Abstract

As Micro e Pequenas Empresas estão entre as responsáveis pelo crescimento econômico do país. Entretanto, grande parte delas tem uma taxa alta de mortalidade que está ligada, principalmente, à gestão do negócio. Em vista disso, nesta pesquisa, objetiva-se realizar um mapeamento das principais características econômico-financeiras das micro e pequenas e empresas no Distrito Federal. Para a realização desse mapeamento foram utilizados dados fornecidos por um escritório de contabilidade sediado no Distrito Federal, tendo sido obtida uma amostra de 60 empresas, totalizando 163 balancetes, durante os anos de 2016 a 2021. Com base nos balancetes, foi possível realizar análise das posições contábeis e, com isso, o cálculo de indicadores de liquidez (Liquidez Imediata e Liquidez Corrente), endividamento (Endividamento e Dependência financeira) e rentabilidade (Rentabilidade do ativo e Retorno sobre o PL). Nos resultados encontrados, observou que o setor de educação e construção são os ramos com maior desempenho em relação a situação de liquidez, estrutura de capital e rentabilidade e que setores como comércio, saúde e demais setores de serviços, apesar de demonstrarem capacidade de honrar com suas obrigações, possuem um alto endividamento, o que diminui a possibilidade de uma rentabilidade alta, sendo este um achado diferente do que acontece em empresas de grande porte. Um setor em destaque com o menor desempenho em todos os índices foi o de Informação e comunicação, impulsionado pelo elevado nível de empréstimos e gastos que superiores aos seus ganhos. Em relação à estrutura de capital dessas empresas, observou um capital social reduzido e que não reflete o valor a ser investido para iniciar a operação da empresa, contribuindo para que o empresário busque disponibilidade de crédito de terceiros na alavancagem das atividades das empresas. Para entender a disponibilidade de crédito, foi feita uma correlação entre as contas bancárias com a quantidade de empréstimos nos setores durantes os anos, obtendo se uma relação de moderada para alta, indicando que quanto mais relacionamentos bancários, mais empréstimos as empresas tendem a ter. Apesar de ser possível realizar comparações objetivas sobre a situação geral de cada ramo, chegou-se a conclusão da importância da análise dos indicadores em conjunto para os seus gestores conseguirem reverter possíveis situações que podem prejudicar a empresa, como o alto endividamento e a falta de rentabilidade do negócio.