Antibacterianos no Brasil : consumo antes e durante a pandemia de covid-19

Abstract

Introdução: Durante a pandemia de covid-19, muitos medicamentos sem efetividade terapêutica foram utilizados, dentre eles o antibiótico azitromicina, diante disso, o uso inadequado de antibacterianos geralmente ocorrem sob automedicação sem receita médica, apesar da existência da RDC No 471/2021 que regulamenta a prescrição desses medicamentos e torna obrigatória a apresentação de receita médica e isso pode acarretar o aumento dos casos de resistência bacteriana. Objetivo: Analisar a comercialização de medicamentos antimicrobianos (macrolídeos e β-lactâmicos) no Brasil, antes e durante a pandemia de covid-19, descrevendo a série histórica e comparando os resultados. Metodologia: Estudo de utilização de medicamentos, do tipo observacional, de caráter quantitativo, realizado a partir de dados secundários e consolidados obtidos do Sistema de Acompanhamento de Mercado de Medicamentos (SAMMED) da CMED - Anvisa, com levantamento de informações de comercialização de antibióticos (macrolídeos e dos β-lactâmicos) entre os anos 2017 a 2021 no Brasil. Resultados: Os resultados mostraram que houve uma alteração do uso de antibacterianos durante o período da pandemia, sendo que a azitromicina teve um aumento na comercialização de 54%, os βlactâmicos tiveram uma redução de 21% na comercialização e as vendas de azitromicina foram 78% maiores do que as vendas de amoxicilina + Clavulanato. Conclusão: O estudo permitiu a análise do comportamento do mercado dos antibióticos macrolídeos e β-lactâmicos no Brasil nos últimos anos, em especial no período da pandemia de covid-19, quando se observou uma alteração do padrão de consumo desses antibacterianos com o aumento das vendas de azitromicina e uma redução das vendas de β-lactâmicos.