Engajamento e Síndrome de Burnout acadêmico: um estudo na Universidade de Brasília

Abstract

A saúde mental dos estudantes universitários tem sido amplamente debatida, principalmente devido à incidência da síndrome de burnout no meio acadêmico. Esse fenômeno pode impactar significativamente o engajamento dos estudantes em suas atividades acadêmicas, comprometendo sua motivação e desempenho. Diante desse contexto, o presente estudo teve como objetivo analisar a relação entre a síndrome de burnout e o engajamento acadêmico em estudantes de graduação da Universidade de Brasília, avaliando individualmente os níveis dessas variáveis e investigando sua correlação. Para isso, foi realizada uma pesquisa quantitativa, de caráter transversal, utilizando o Maslach Burnout Inventory – Student Survey (MBI-SS) e a Utrecht Work Engagement Scale for Students (UWES-S). A amostra foi composta por 122 estudantes de diferentes cursos presenciais da instituição. Os resultados indicaram uma correlação negativa significativa entre as dimensões do burnout (exaustão emocional e descrença) e o engajamento acadêmico (vigor, dedicação e absorção), sugerindo que estudantes com maiores níveis de burnout tendem a apresentar menor engajamento. Por outro lado, a eficácia profissional demonstrou uma correlação positiva com o engajamento, indicando que estudantes que se percebem como competentes tendem a se envolver mais nas atividades acadêmicas. Além disso, a única dimensão do burnout que apresentou variação significativa entre os cursos foi a exaustão, sugerindo que fatores institucionais podem influenciar mais do que as especificidades de cada área de estudo. Os achados deste estudo ressaltam a influência da síndrome de burnout no engajamento acadêmico, evidenciando que níveis elevados de exaustão emocional e descrença estão associados a um menor envolvimento dos estudantes em suas atividades acadêmicas. A identificação da eficácia profissional como um fator positivo para o engajamento reforça a importância de estratégias institucionais voltadas para o fortalecimento da percepção de competência dos alunos. Dessa forma, a pesquisa contribui para a reflexão sobre a necessidade de políticas universitárias que promovam um ambiente acadêmico mais equilibrado, reduzindo os impactos do burnout e incentivando o engajamento dos estudantes.