Resumo: | O maracujá-doce (Passiflora alata Curtis) apresenta grande importância econômica como fruto para consumo in natura. Suas características quanto ao tamanho, à coloração externa, aroma e qualidades gustativas, tornam o maracujá-doce bastante aceitável e sua demanda vêm crescendo no mercado consumidor. Apesar de possuir a maioria dos atributos de qualidade buscados pelo consumidor, ainda não existe uma cultivar comercial lançada no mercado com características definitivas e garantia de origem. As características físico-químicas do maracujazeiro doce são de grande importância para o melhoramento genético dessa frutífera, pois permitem avaliar as principais propriedades visuais e organolépticas dos frutos, garantindo melhor qualidade. Nesse sentido, esse trabalho teve como objetivo analisar comparativamente as características físico-químicas dos frutos de nove acessos de Passiflora alata Curtis. O experimento foi conduzido na Unidade de Apoio da Fruticultura e no Laboratório de Fruticultura e Pós-Colheita da Embrapa Cerrados (CPAC). Foram analisados nove acessos de Passiflora alata Curtis, sendo sete acessos obtidos de população cultivada e dois acessos silvestres. Foi adotado o delineamento inteiramente casualizado, com cinco repetições e quatro frutos por parcela, totalizando 20 frutos por acesso. Após a colheita, foram analisadas 16 características dos frutos: Peso dos frutos, diâmetro longitudinal e transversal, DL/DT (Relação entre diâmetro longitudinal e transversal), peso da polpa com semente, rendimento de polpa com semente, peso da polpa sem semente, rendimento de polpa, número de sementes, espessura da casca, pH, SST, Acidez, Cor da polpa, ATT e ratio. Em seguida, foram realizadas análises de variância e as médias foram comparadas pelo teste de Duncan a 5% de probabilidade. As diferenças das características físicas dos frutos dos acessos cultivados e dos acessos silvestres evidenciam que os acessos silvestres apresentam frutos mais arredondados e com menor quantidade de polpa. A utilização dos acessos silvestres no programa de melhoramento genético do maracujazeiro doce (principalmente como fontes de resistência a doenças) requer trabalhos de seleção para melhoria das qualidades físicas dos frutos, principalmente para aumento do rendimento de polpa. De modo geral, as características químicas não apresentaram diferenças significativas entre os acessos silvestres e cultivados. Características importantes, como SST, ATT e pH estão com valores dentro dos padrões de qualidade desejada na comercialização. Isso evidencia que a utilização desses acessos silvestres no melhoramento genético não vai comprometer as principais características químicas dos frutos. |