Resumo: | Introdução: O envelhecimento é um fenômeno mundial que pode ser explicado, de forma resumida, pelas melhorias das condições de vida, que leva a um aumento da expectativa de vida, aliado à redução das taxas de fecundidade registradas. Nesse sentido, entende-se que devido a alguns determinantes biopsicossociais, alguns indivíduos vivem muito mais tempo do que o restante da população, como é o caso dos idosos centenários e é sobre eles o foco desse estudo. Sabe-se que o cenário da pandemia da COVID-19 foi desafiador para a população idosa. Nesse sentido, o estudo possui como objetivo analisar a produção do conhecimento nacional e internacional de artigos de pesquisas sobre a pandemia da COVID-19 para a pessoa idosa centenária. Metodologia: Trata-se de uma revisão integrativa da literatura, realizada em seis etapas: seleção da questão de pesquisa; busca na literatura; categorização dos estudos; avaliação dos estudos incluídos na revisão; interpretação dos resultados e apresentação da revisão. A pergunta de pesquisa foi desenvolvida de acordo com a estratégia PICO. A população refere-se aos idosos centenários (P); a intervenção diz respeito ao cenário da pandemia da COVID-19 (I); o grupo comparação não é aplicável nesse estudo (C) e o desfecho refere-se às produções bibliográficas sobre idosos centenários a partir de 2020 (O). A
estratégia de busca foi realizada nas plataformas PubMed/MEDLINE e LILACS. Os artigos encontrados foram exportados para o programa Mendeley Desktop para exclusão de duplicatas. Logo após foram transportados para uma planilha no Microsoft Excel®. Após isso, os artigos foram analisados, categorizados e organizados em formato de tabela para que facilite a discussão dos resultados encontrados. Resultados: Inicialmente, a busca nas bases de dados selecionadas identificou um total de 17.207 publicações, nas quais 9.242 eram da base PubMed/MEDLINE e 7.965 eram da base LILACS. Após a exclusão de duplicatas, restaram um total de 9.506 estudos. Dessa forma, após leitura de título e resumo, 18 artigos foram selecionados para a leitura na íntegra. Após isso, de acordo com os critérios de inclusão estabelecidos, foram selecionados oito artigos para esta revisão. Foram encontrados estudos da Itália, Alemanha, Brasil, Bélgica, Canadá, China e França. A
mortalidade/resiliência dos centenários ao SARS-CoV-2 foi o tema mais abordado dentre as publicações. A relação da pandemia de gripe espanhola em 1918 com a pandemia de COVID-19 em 2020 também foi abordada em três publicações. Os supercentenários (>110 anos) foram objeto de estudo em dois estudos. A análise de estudos imunológicos e/ou genéticos também foram encontrados. Discussão/Conclusão: Os dados obtidos até agora são controversos em relação a mortalidade e resiliência dos centenários ao SARS-CoV-2. Esses resultados são justificáveis, em parte, devido a singularidade de cada pessoa idosa a qual pode responder de forma única ao SARSCoV-2. Os supercentenários parecem possuir algum tipo de resiliência contra o SARS-CoV-2. A hipótese mais aceita para justificar esse fato é sobre a associação entre a exposição ao vírus Influenza, causador da pandemia de gripe espanhola em 1918, e a resiliência ao SARS-CoV-2. Paralelo a isso, apenas um dos estudos encontrados ocorreu no Brasil. Isso sugere que o tema merece ser melhor abordado no país, pois considerando o aumento em potencial do número de centenários no futuro, as
lições aprendidas com a pandemia da COVID-19 podem ajudar o gerenciamento e cuidados com essa
população em caso de uma nova doença infecciosa. |