O modelo de crenças em saúde e a promoção de saúde oral em pessoas com deficiência : uma revisão integrativa

Abstract

A saúde bucal de pessoas com deficiência (PCD) enfrenta desafios complexos, resultantes de barreiras estruturais, técnicas e comunicacionais. O Modelo de Crenças em Saúde (MCS) tem sido aplicado para compreender como percepções de suscetibilidade, gravidade, benefícios, barreiras, sinais para ação e autoeficácia influenciam comportamentos de autocuidado bucal nesse público. Sendo assim o objetivo deste estudo é realizar uma revisão integrativa da literatura sobre a aplicação dos constructos do MCS em intervenções de promoção da saúde bucal em PCD, identificando principais evidências, lacunas e implicações para práticas futuras. A etapa de busca e seleção dos artigos foi realizada nas bases de dados PubMed (MEDLINE), LILACS, SciELO, Google Scholar e Portal de Periódicos da CAPES, consideradas relevantes para a área da saúde. Além disso, realizou-se uma busca manual nas listas de referências dos artigos. Foram incluídos estudos publicados entre 2014 e 2024, com público-alvo PCD e abordagem quantitativa, qualitativa ou mista. Dois revisores independentes realizaram a seleção por título e resumo, e extraíram os dados em planilha de Excel padronizada. Como resultado, dos 11 estudos incluídos, a maioria (72,7%) avaliou estratégias educativas e adaptações ambientais; 81,8% apontaram barreiras de acesso (infraestrutura e preparo profissional); 81,8% enfatizaram benefícios das intervenções baseadas no MCS; e 90,9% destacaram a percepção de barreiras como principal obstáculo ao autocuidado. Deste modo, conclui-se que o MCS demonstra utilidade na promoção da saúde bucal em PCD, mas a efetividade exige ações integradas: capacitação profissional, adaptações físicas, engajamento de cuidadores e uso de tecnologias para sinais de ação. Recomenda-se o desenvolvimento de estudos controlados e programas multidisciplinares que fortaleçam cada constructo do modelo.