Efeito da oxigenação hiperbárica e do ozônio no reparo ósseo após uso de bisfosfonatos : análise quantitativa da neovascularização associada ao processo de reparo tecidual dos maxilares

Abstract

Os bisfosfonatos, também conhecidos como agentes antirreabsortivos e antiangiogênicos, são amplamente utilizados na prática clínica para tratar a osteoporose e metástases ósseas. Esses medicamentos agem suprimindo a atividade dos osteoclastos e promovendo a formação óssea adequada. Contudo, o uso prolongado pode causar complicações graves, como a Osteonecrose dos Maxilares Associada a Medicamentos (MRONJ), que dificulta procedimentos odontológicos invasivos, como extrações dentárias. Nesse contexto, pesquisas recentes têm investigado o potencial terapêutico do ozônio (OZ), destacando sua eficácia devido às propriedades antimicrobianas, anti-inflamatórias e de estímulo ao reparo tecidual. Além disso, a oxigenoterapia hiperbárica (OH) tem sido amplamente estudada por sua capacidade de melhorar a oxigenação dos tecidos e acelerar o reparo ósseo. Este estudo teve como objetivo avaliar os efeitos da OH e do OZ na regeneração óssea após a indução de MRONJ, com ênfase na quantificação dos vasos sanguíneos. Para isso, 54 ratos da linhagem Wistar foram divididos em cinco grupos experimentais, com subgrupos tratados por 14 e 28 dias. A indução de MRONJ foi realizada por meio da administração de ácido zoledrônico (66 μg/Kg), três vezes por semana, durante três semanas, seguida pela exodontia dos molares inferiores. As intervenções terapêuticas com OH e OZ foram aplicadas posteriormente, e os animais foram eutanasiados após 14 ou 28 dias de tratamento. Os resultados demonstraram que os grupos tratados com OZ, ou a combinação de OZ + OH apresentaram um aumento significativo na formação de tecido ósseo primário, caracterizado por uma morfologia óssea mais organizada e maior vascularização. Após 28 dias, observou-se a formação de tecido ósseo secundário. Além disso, os grupos tratado com OZ, OH ou OZ + OH mostraram uma redução na quantidade de vasos sanguíneos ao longo do tempo, sendo significativa apenas para o grupo OZ. Enquanto os grupos controle e com osteonecrose apresentaram um aumento não significativo da vascularização durante o mesmo período.