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Título: Condição de saúde bucal de indígenas residentes em contexto urbano no Brasil
Autor(es): Sousa, Amanda Gouveia de
Orientador(es): Souza, Tiago Araújo Coelho de
Coorientador(es): Martins, Fábio Carneiro
Assunto: Política Nacional de Saúde Bucal
Indígenas - saúde
Saúde bucal
Data de apresentação: 20-Jan-2025
Data de publicação: 19-Mar-2025
Referência: SOUSA, Amanda Gouveia de. Condição de saúde bucal de indígenas residentes em contexto urbano no Brasil. 2025. 58 f., il. Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharelado em Odontologia) — Universidade de Brasília, Brasília, 2025.
Resumo: Introdução: A população indígena totaliza 1.693.535 indivíduos, representando 0,83% da população brasileira e, deste total, 622.066 pessoas residem em terras indígenas, enquanto 1.071.569 estão fora delas. Tal população denota 274 línguas indígenas faladas por indivíduos pertencentes a 305 etnias diferentes. O SB Brasil, por sua vez, é um projeto que tem como finalidade servir de embasamento epidemiológico para a Política Nacional de Saúde Bucal – também conhecido como Brasil Sorridente - lançado em 2004 pelo Ministério da Saúde. Tal levantamento epidemiológico aborda tanto aspectos quantitativos de saúde bucal, como a cárie dentária, quanto aspectos qualitativos, como a autopercepção de saúde bucal dos indivíduos examinados. Objetivo: Comparar os dados referentes à: 1. saúde bucal da população indígena residente no contexto urbano com a população não indígena e 2. entre a própria população indígena (T1 e T2) residente no contexto urbano, a partir dos resultados do SB Brasil 2000 e 2010. Materiais e Métodos: Foi realizada uma análise comparativa dos estudos transversais do SB Brasil dos anos de 2000 (SBB00) e 2010 (SBB10), visando compreender as mudanças no perfil de saúde bucal dos povos indígenas em contexto urbano. As variáveis comparadas foram: CPOD, ceod, necessidade de tratamento relacionado à doença cárie, fluorose, cárie de raiz, CPI, edentulismo, consulta odontológica ao menos uma vez, tempo desde a última consulta, onde foi a consulta e a avaliação da mesma. Resultados: Houve diminuição do índice ceod/CPOD entre 2000 e 2010, mas os indígenas continuaram apresentando maior prevalência do componente cariado em relação à população não indígena. A população indígena apresenta menor prevalência de fluorose em comparação com a população não indígena. A quantidade de raízes expostas e bolsa periodontal aumentou entre os levantamentos epidemiológicos para ambos os grupos étnicos, assim como a necessidade por prótese, sendo esta maior para a população indígena. Apesar do aumento no acesso a serviços particulares e planos de saúde, os indígenas são os que mais frequentam o serviço público. Discussão: A diminuição nos valores do índice ceod/CPOD pode ser associada à implementação da Política Nacional de Saúde Bucal. Apesar do aumento do acesso a dentifrícios fluoretados, uma pequena parte da população indígena tem acesso à fluoretação das águas a partir do abastecimento público. A piora na condição periodontal parece estar associada à dificuldade de encaminhamentos a centros de especialidades, assim como a transição alimentar experimentada pelos indígenas. Conclusão: apesar da melhora do índice ceod/CPOD tanto para a população indígena quanto para a população não indígena em T1 e T2, a partir da comparação de todas as variáveis escolhidas entre os grupos étnicos, é possível concluir que a população indígena apresenta pior condição de saúde bucal.
Abstract: Introduction: The indigenous population totals 1.693.535 individuals, representing 0,83% of the Brazilian population and, of this total, 622.066 people reside on indigenous lands, while 1.071.569 are outside them. This population denotes 274 indigenous languages spoken by individuals belonging to 305 different ethnic groups. SB Brasil, in turn, is a project whose purpose is to serve as an epidemiological basis for the National Oral Health Policy - also known as “Brasil Sorridente” - launched in 2004 by the Ministry of Health. This epidemiological survey addresses both quantitative aspects of oral health, such as tooth decay, as well as qualitative aspects, such as the self-perception of oral health of the individuals examined. Objective: Compare data relating to: 1. oral health of the indigenous population living in the urban context with the non-indigenous population and 2. between the indigenous population itself (T1 and T2) living in the urban context, based on the results of SB Brasil 2000 and 2010. Materials and Methods: A comparative analysis of cross-sectional studies of SB Brasil from the years 2000 (SBB00) and 2010 (SBB10) was carried out, aiming to understand changes in the oral health profile of indigenous peoples in an urban context. The variables to be compared will be: DMFT, dmft, need for treatment related to caries disease, fluorosis, root caries, CPI, edentulism, dental consultation at least once, time since the last consultation, where the consultation was and the evaluation of the same. Results: There was a decrease in the ceod/CPOD index between 2000 and 2010, but indigenous people continued to have a higher prevalence of caries than the non indigenous population. The indigenous population has a lower prevalence of fluorosis compared to the non-indigenous population. The number of exposed roots and periodontal pockets increased between epidemiological surveys for both ethnic groups, as did the need for prosthetics, which was greater for the indigenous population. Despite the increase in access to private services and health plans, indigenous people are the ones who most frequently use public services. Discussion: The decrease in the deft/DMFT index values may be associated with the implementation of the National Oral Health Policy. Despite the increase in access to fluoridated toothpastes, a small portion of the indigenous population has access to water fluoridation from the public supply. The worsening of periodontal conditions appears to be associated with the difficulty in referrals to specialist centers, as well as the dietary transition experienced by indigenous people. Conclusion: Despite the improvement in the deft/DMFT index for both the indigenous and non-indigenous populations in T1 and T2, based on the comparison of all the variables chosen between the ethnic groups, it is possible to conclude that the indigenous population has worse oral health conditions.
Informações adicionais: Trabalho de Conclusão de Curso (graduação) — Universidade de Brasília, Faculdade de Ciências da Saúde, Departamento de Odontologia, 2025.
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