Fome e luta de classes: contraste entre hiperprodução e baixa distribuição

Abstract

Este trabalho busca explorar a fome como fenômeno geográfico, social e político, destacando suas raízes nas desigualdades estruturais e na concentração de poder e recursos. Com foco nas contribuições de Josué de Castro (2022) e Amartya Sen (1999) sobre o problema da carência alimentar construída por um modo de produção, e dos fundamentos da teoria de luta de classes propostos Marx e Engels (1998), tenciono analisar como a fome se perpetua por mecanismos como a concentração fundiária, a exploração do trabalho e a exclusão social. No Brasil, a histórica desigualdade agrária e a marginalização de regiões como o Nordeste ilustram como a fome é produto de escolhas políticas, não de fatalidades naturais. Sen (1999), ao demonstrar que a fome resulta da perda de direitos sobre os alimentos, mesmo em contextos de abundância, contribui com as premissas que regem esta monografia. A globalização e a financeirização da economia agravam essas desigualdades, priorizando o lucro em detrimento do bem-estar social. Movimentos sociais, como o MST e o MTST, além de políticas públicas, como o Fome Zero e o Bolsa Família, mostram caminhos para a superação da fome, baseados na justiça social, na reforma agrária e no acesso universal aos alimentos. Pretende-se externalizar que a fome não é inevitável, mas, sim, escolha política, e sua erradicação exige transformação radical das estruturas que viabilizam a desigualdade e a exclusão. A luta contra a fome é, portanto, o alicerce da luta por mundo mais justo e igualitário.