Produção acadêmica de teses e dissertações com o tema Gestão de riscos no setor público brasileiro

Abstract

A gestão de riscos como ferramenta de boas práticas de governança tem ganhado relevância no serviço público brasileiro, impulsionada por órgãos de controle, com o surgimento de legislações, normativas, manuais, capacitações, eventos e programas governamentais. No entanto, o Brasil ainda está em estágio inicial de sua implementação e carece de pesquisas que estudem suas aplicações práticas. Este trabalho objetiva mapear a literatura sobre gestão de riscos no setor público brasileiro tomando como base as teses e dissertações defendidas no Brasil. Para a consecução do objetivo, realizou-se um mapeamento das teses e dissertações defendidas no Brasil com o uso de palavras-chave no repositório Oasisbr do Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (IBICT). Foram selecionadas 28 dissertações e 1 tese. O mapeamento dos trabalhos levantou informações como o ano de defesa, a instituição de ensino, o programa de pós-graduação, o tipo de instituição estudada, a esfera governamental, a cidade/Estado da instituição estudada e os modelos teóricos utilizados. A pesquisa apresentou estudos defendidos entre 2011 e 2023. Universidades Federais, com destaque para a Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), foram as principais promotoras dos estudos. O programa de mestrado em Administração/Gestão Pública foi o que mais estudou a gestão de riscos no setor público. A maioria das pesquisas foi realizada em instituições federais, confirmando o protagonismo na disseminação e aplicação do gerenciamento de riscos. Os modelos teóricos mais utilizados foram a ISO 31000:2009 e o COSO, e, assim, podem ser vistos como os mais relevantes ou coerentes para a aplicação de ferramentas de gestão de riscos no setor público brasileiro. Conclui-se que a literatura de gestão de riscos com foco na organização como um todo, na estrutura de governança e em níveis de maturidade ainda é incipiente, mas pode se tornar mais robusta com o tempo, à medida que os resultados da gestão de riscos começarem a aparecer. Observa-se a oportunidade para pesquisas em outras esferas governamentais, especialmente a estadual, que possui menos estudos aplicados. Para estudos futuros, recomenda-se a replicação deste estudo utilizando outras bases de dados e um estudo consolidado das publicações de artigos científicos, teses e dissertações para compreender a dinâmica completa da literatura brasileira sobre o tema.